Joaquim José da Silva Xavier (registrado em batismo em 12 de novembro de 1746, executado no Rio de Janeiro em 21 de abril de 1792), o Tiradentes, não era um dos principais líderes da conspiração que tinha como objetivo separar Minas Gerais do domínio de Portugal, mas acabou sendo preso e condenado à mais cruel das execuções, para servir de "exemplo".
Acabou se tornando, de fato, um exemplo, como mártir republicano. Considerado oficialmente o patrono da Nação, é o único brasileiro que tem um feriado nacional em sua homenagem. Em 1985, o presidente eleito, Tancredo Neves (4 de março de 1910, 21 de abril de 1985), teve sua data de morte declarada em 21 de abril. Surgiram boatos de que, internado em São Paulo em um quadro irreversível, sua vida teria sido mantida até que coincidisse com a data de Tiradentes.
O nome do delator, Joaquim Silvério dos Reis, acabou tornando-se sinônimo de traidor. A família de Silvério dos Reis, depois, acabaria se desfazendo do sobrenome, tantos eram as agressões sofridas por conta do parente nada ilustre.
O vídeo acima foi feito pela equipe do Nexo, sendo intitulado Tiradentes: o inconfidente mineiro traído pela delação premiada.
A imagem retratada no vídeo, de um Tiradentes barbudo e cabeludo, é provavelmente imprecisa e baseada na iconografia republicana, que transformou Tiradentes em herói e o assemelhou à figura do Cristo crucificado ou do João Batista decapitado.
A imagem mais lembrada e impactante é a do quadro de Pedro Américo, com um Tiradentes decapitado, com um João Batista, esquartejado e com um crucifixo a seu lado.
Tiradentes, como qualquer outro condenado, tinha cabelos e barbas raspados, para evitar piolhos. Até hoje, na maioria dos presídios, os detentos são sujeitos a essa mesma condição. O esquartejamento é verídico. As partes do seu corpo ficaram expostas, fincadas em estacas, no caminho entre o Rio de Janeiro (onde ele foi executado) e Vila Rica (Ouro Preto).
A versão mais bela da Conjuração Mineira (como muitos preferem chamar, por considerar "inconfidência" um termo pejorativo e muito centrado na delação) é a de Cecília Meireles, O Romanceiro da Inconfidência.
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