Antonio Lassance
A vida é dura, o mar não está para peixe, o tempo fechou do nosso lado.
Lula está preso. José Dirceu segue para o mesmo destino. As duas maiores lideranças do PT, que foram fundamentais à redemocratização do país, são hoje cartas fora do baralho.
Mas sabe o que mais aconteceu?
Lula segue sendo o candidato com mais intenções de voto para as eleições presidenciais. O PT é o partido preferido dos brasileiros. Seu número de filiados não para de crescer. O partido tem a maior bancada na Câmara dos Deputados e a segunda maior no Senado.
Lula está indicado ao Nobel da paz, com a militância incansável de Adolfo Pérez Esquivel, um argentino que, assim como Papa Francisco, todos devemos amar.
O MDB tem hoje a menor bancada desde 1988. Aécio não será mais o primeiro a ser comido, mas simplesmente está politicamente falido e envergonha a memória do avô, Tancredo.
Alckmin não é mais um candidato do PSDB. É um fardo. José Serra não consegue mais abrir a maçaneta de uma porta. Fernando Henrique só é digno de elogios por sua posição em relação à maconha. O PSDB acabou.
Marina, Joaquim Barbosa e Bolsonaro brigam para ver quem ficará em segundo, terceiro e quarto lugares. Moro prepara sua aposentadoria para viver em seu país do coração, os Estados Unidos. Em sua saída, de fininho, deixou como sua principal contribuição a defesa do auxílio moradia de juízes.
Deltan Dallagnol associou o seu nome à prática do jejum e a investimentos em imóveis com financiamento do "Minha Casa, Minha Vida".
A única coisa que eu posso fazer, nesse momento, é agradecer à Lava Jato pela contribuição que deu ao país.
O povo brasileiro, a duras penas, hoje tem mais consciência de quem são os canalhas que enfiaram o país na lama e de quem são aqueles que foram vítimas por defender o povo, principalmente os mais pobres.
Diante do abismo em que nos lançaram, cada vez mais pessoas se lembram de Lula e Dilma com respeito, carinho e amor. Claro, existem aqueles que gastam seu tempo com discursos de ódio, ancorados em ideologias que fazem parte do lixo da história, de neuroses coletivas que a cada momento perturbam e ameaçam a democracia, os direitos humanos, a Constituição cidadã.
Mas, como diria Mário Quintana,
"Eles passarão. Eu passarinho".
O Brasil precisa de uma opinião pública melhor informada, atenta e democrática.
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