20 fevereiro 2013

o conflito deixou de ser uma categoria relevante no pensamento político republicano

A ideia de pluralidade ocupou seu lugar. Será?

Tese de Maria Aparecida Azevedo Abreu analisa como as categorias políticas conflito e interesse foram tratadas pelo pensamento republicano. Considera as obras "Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio", de Maquiavel, "Oceana", de Harrington, "O Contrato Social", de Rousseau, "Que é o Terceiro Estado?", de Sieyes, "O Espírito das Leis", de Montesquieu, os "Artigos Federalistas", de Madison, Hamilton e Jay, e "Da Revolução", de Hannah Arendt. Nessa análise, verificou-se que o conflito e o interesse estiveram juntos, no interior da política, no caso de Maquiavel, e fora dela, no caso de Harrington, Rousseau, Sieyes e Montesquieu. Com os Federalistas, conflito e interesse se dissociaram, com o interesse permanecendo no interior da república e o conflito dando lugar à pluralidade. Hannah Arendt preservou a pluralidade, mas retirando novamente o interesse da política. Com isso, a autora verifica que o conflito deixou de ser uma categoria relevante no pensamento político republicano, enquanto a pluralidade ocupou um lugar definitivo.

Será? A rigor, então, movimentos como os motivados pelo fundamentalismo religioso ou nacionalista estariam órfãos de pensadores. Mas o que dizer do "Choque de civilizações", de Huntington, e de toda uma legião de pensadores neoconservadores, que embora não enveredam pelo fundamentalismo religioso, mantêm a perspectiva do conflito?


A tese está disponível para a leitura no portal de teses da USP. Leia...
 
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