03 setembro 2012

Propostas ocupam só 17% da campanha na televisão

As propostas para a cidade ocuparam 17% da propaganda de TV dos candidatos à Prefeitura de São Paulo nas duas primeiras semanas. 


Propostas ocupam menos de um quinto da campanha na TV

Levantamento do "Estado" mostra como os candidatos em São Paulo utilizaram seus tempos nas duas primeiras semanas de propaganda

Isadora Peron, de O Estado de S. Paulo, 03/09/2012.


As propostas para a cidade de São Paulo ocuparam menos de um quinto do total de tempo da propaganda de TV dos candidatos à Prefeitura que estão numericamente nas quatro primeiras colocações das pesquisas de intenção de voto.

Considerado determinante para revelar as tendências que vão nortear as campanhas, esse período foi usado prioritariamente pelos concorrentes para mostrar suas realizações e suas biografias. José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB) seguiram essa tendência. Já Celso Russomanno (PRB), líder isolado nas pesquisas, aproveitou seu pouco espaço na tela basicamente para agradecer o apoio do eleitor.

As propagandas dos candidatos a prefeito são exibidas às segundas, quartas e sextas-feiras, em dois blocos de 30 minutos, um à tarde, outro à noite. Desde 21 de agosto, os prefeituráveis apareceram cinco dias na TV, num total de 5 horas, sem contar as inserções diárias a que têm direito. Até 4 de outubro, eles aparecerão mais 13 dias na telinha.

Com a distribuição do tempo de propaganda definida pelo Tribunal Superior Eleitoral, Serra, Haddad, Chalita e Russomanno ocupam mais de 70% de cada bloco de meia hora. Nesses cinco dias, portanto, os quatro apareceram na TV por 3 horas, 38 minutos e 24 segundos. Ao analisar esse universo, o Estado constatou que esses quatro candidatos, juntos, gastaram 43% das mais de 3 horas para falar sobre o que já fizeram no passado; 22% para criticar os problemas da cidade ou administrações passadas e apenas 17% para apresentar propostas.

Haddad, Chalita e Russomanno passaram cerca de 30% dos seus programas fazendo críticas à atual administração do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Já Serra, candidato da situação, dedicou apenas 9% do seu tempo para atacar gestões passadas, especialmente a da petista Marta Suplicy (2001-2004). Serra tem usado o rádio para fazer os ataques mais duros aos adversários.

Os padrinhos políticos apareceram em quase 5% do tempo, mas essa média foi puxada para cima pelas participações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas peças de Haddad.

Segundo o consultor político e professor da USP Gaudêncio Torquato é natural que, nas primeiras semanas, os candidatos se dediquem mais a contar a sua história. Isso vale tanto para novatos em disputas para o Executivo, como Haddad e Chalita, como para Serra, veterano em eleições, que, segundo ele, precisa usar o tempo na TV para mostrar que tem experiência. A tendência é que, no decorrer das próximas semanas, os candidatos se dediquem mais ao que vão fazer.

Apesar de as propostas não terem sido prioritárias no tempo de TV, os candidatos já fazem algumas apostas daquilo que acreditam ser suas apostas para conquistar o eleitor. Russomanno tem repetido seu plano de aumentar o salário dos médicos que queiram trabalhar na periferia.

Serra tem dedicado bastante tempo à expansão do ensino técnico, com a promessa de implantar o Sistema Municipal do Ensino Técnico, levar o sistema a todos os CEUs e criar o Protec, ajuda em dinheiro para pagar a mensalidade de outros cursos.

O programa de Haddad repete sua proposta de criação do Bilhete Único Mensal. Com o novo modelo, o usuário pagaria um valor fixo por mês e poderia viajar de ônibus quantas vezes quiser.

Já Chalita fala em trazer as UPAs para São Paulo. Para ele, a capital não tem as Unidades de Pronto Atendimento por se tratar de um projeto do governo federal.

 
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