Os deputados paraguaios estavam presentes e queriam participar da
reunião. Os uruguaios se dividiram. Uns queriam que a sessão fosse
aberta, outros não. Oito dos nove parlamentares brasileiros defendiam
que a reunião acontecesse com a presença do Paraguai. Os argentinos eram
contra.
Suspensão do Paraguai do Mercosul adia primeira reunião do Parlamento do bloco
A suspensão do Paraguai do bloco do Mercosul gerou polêmica entre os integrantes do Parlamento do Mercosul (Parlasul) e impediu a abertura da reunião que seria realizada nesta segunda-feira (2), em Montevidéu, no Uruguai.
Os deputados paraguaios estavam presentes e queriam participar da reunião. Os uruguaios se dividiram. Uns queriam que a sessão fosse aberta, outros não. Oito dos nove parlamentares brasileiros defendiam que a reunião acontecesse com a presença do Paraguai. Os argentinos eram contra.
Segundo o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), reunião foi impedida com base no regimento interno do Parlasul. "O Regimento prevê que, para se realizar qualquer reunião, tem que haver a presença de pelo menos um representante de cada um dos quatro países - Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina. Mas a delegação da Argentina se posicionou contrária à participação do Paraguai. Isso gerou um impasse e ausência de um dos países e a reunião acabou cancelada".
Eduardo Azeredo lamentou que isso tenha acontecido. Essa seria a primeira reunião do Parlasul em 2012. Os deputados e senadores do bloco fariam uma sessão para eleger a mesa diretora do Parlamento e outra para debater o regimento interno, o orçamento e a composição das comissões temáticas.
O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) entende que a decisão dos presidentes do Mercosul em relação ao Paraguai deve ser seguida pelo Parlamento do Mercosul. "Ao suspender a República do Paraguai, suspende-se o Poder Executivo, o Judiciário e o Legislativo daquele país de qualquer uma das atividades do Mercosul. É uma suspensão política."
Decisão
Os presidentes dos países integrantes do bloco decidiram, na última sexta-feira (29), suspender o Paraguai do Mercosul até as eleições de abril de 2013. Eles também decidiram que a Venezuela vai passar a ser membro pleno do bloco no dia 31 de julho. O ingresso da Venezuela no Mercosul era barrado pelo Congresso paraguaio.
As medidas contra o Paraguai ocorreram em resposta ao processo de impeachment do ex-presidente Fernando Lugo. Os países sul-americanos repudiaram a forma como o processo foi conduzido.
Eduardo Azeredo criticou a decisão dos presidentes em relação à Venezuela. "Aproveita-se essa suspensão, que já é questionável, para autorizar a entrada da Venezuela no Mercosul, o que dependeria da aprovação dos quatro membros. Um membro está suspenso e se aproveita para a Venezuela entrar pela janela. O Brasil não pode participar de uma diplomacia dessa forma, que não mostra grandeza para ocupar postos que o Brasil deseja a nível internacional."
Já o deputado Dr. Rosinha informou que a participação dos venezuelanos no Parlamento do Mercosul vai ser discutida quando o órgão voltar a se reunir, mas ainda não existe data prevista para que isso ocorra.
*Atualizada às 19h08
Reportagem – Renata Tôrres
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Agência Câmara
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Suspensão do Paraguai do Mercosul adia primeira reunião do Parlamento do bloco
A suspensão do Paraguai do bloco do Mercosul gerou polêmica entre os integrantes do Parlamento do Mercosul (Parlasul) e impediu a abertura da reunião que seria realizada nesta segunda-feira (2), em Montevidéu, no Uruguai.
Os deputados paraguaios estavam presentes e queriam participar da reunião. Os uruguaios se dividiram. Uns queriam que a sessão fosse aberta, outros não. Oito dos nove parlamentares brasileiros defendiam que a reunião acontecesse com a presença do Paraguai. Os argentinos eram contra.
Segundo o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), reunião foi impedida com base no regimento interno do Parlasul. "O Regimento prevê que, para se realizar qualquer reunião, tem que haver a presença de pelo menos um representante de cada um dos quatro países - Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina. Mas a delegação da Argentina se posicionou contrária à participação do Paraguai. Isso gerou um impasse e ausência de um dos países e a reunião acabou cancelada".
Eduardo Azeredo lamentou que isso tenha acontecido. Essa seria a primeira reunião do Parlasul em 2012. Os deputados e senadores do bloco fariam uma sessão para eleger a mesa diretora do Parlamento e outra para debater o regimento interno, o orçamento e a composição das comissões temáticas.
O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) entende que a decisão dos presidentes do Mercosul em relação ao Paraguai deve ser seguida pelo Parlamento do Mercosul. "Ao suspender a República do Paraguai, suspende-se o Poder Executivo, o Judiciário e o Legislativo daquele país de qualquer uma das atividades do Mercosul. É uma suspensão política."
Decisão
Os presidentes dos países integrantes do bloco decidiram, na última sexta-feira (29), suspender o Paraguai do Mercosul até as eleições de abril de 2013. Eles também decidiram que a Venezuela vai passar a ser membro pleno do bloco no dia 31 de julho. O ingresso da Venezuela no Mercosul era barrado pelo Congresso paraguaio.
As medidas contra o Paraguai ocorreram em resposta ao processo de impeachment do ex-presidente Fernando Lugo. Os países sul-americanos repudiaram a forma como o processo foi conduzido.
Eduardo Azeredo criticou a decisão dos presidentes em relação à Venezuela. "Aproveita-se essa suspensão, que já é questionável, para autorizar a entrada da Venezuela no Mercosul, o que dependeria da aprovação dos quatro membros. Um membro está suspenso e se aproveita para a Venezuela entrar pela janela. O Brasil não pode participar de uma diplomacia dessa forma, que não mostra grandeza para ocupar postos que o Brasil deseja a nível internacional."
Já o deputado Dr. Rosinha informou que a participação dos venezuelanos no Parlamento do Mercosul vai ser discutida quando o órgão voltar a se reunir, mas ainda não existe data prevista para que isso ocorra.
*Atualizada às 19h08
Reportagem – Renata Tôrres
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Agência Câmara
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