18 fevereiro 2012

O que está em jogo na disputa pela prefeitura de São Paulo?




É mais do que a prefeitura de São Paulo.




Envolve questões como:

  • A disputa nacional entre PT e PSDB;
  • A relação entre o PT, o PMDB e o PSD, com candidatos opostos. A disputa certamente trará  impactos sobre a relação desses partidos no Congresso, e pode alterar o "status" de cada um na base aliada do Governo Federal;
  • As dificuldades históricas do PT com dois setores sociais conservadores: o grande empresariado e os setores religiosos tradicionais;
  • O tema da segurança pública, problema crônico de Estados e Municípios e que, por muito tempo, esteve pouco desenvolvido pelo PT, pela abordagem que o Partido fazia de que o crime era fundamentalmente um problema para as políticas sociais resolverem a médio e longo prazo;
  • O tema da educação, diretamente relacionado aos  candidato do PT (Haddad, que foi ministro da área) e do PMDB (Gabriel Chalita, que foi Secretário de Estado da Educação do Governo do Estado).


Cúpula petista já traça cenário em SP com Serra e revê estratégias de Haddad

Malu Delgado e Fernando Gallo *

Após Kassab conversar com Dilma e com dirigentes do PT sobre a ‘obrigação’ de apoiar o tucano, cúpula do partido pensa em agenda que dialogue com empresários e religiosos



Segmentos do PT que trabalhavam abertamente pela aliança do partido com o PSD do prefeito Gilberto Kassab na capital paulista - e apostavam nessa união para atingir um eleitorado mais conservador - já iniciaram uma revisão da estratégia eleitoral em que consideram a entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na disputa. 


A avaliação de dirigentes próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deu o pontapé para o PT negociar com Kassab, é que o pré-candidato petista, Fernando Haddad, terá de montar, com urgência, uma agenda específica de aproximação com empresários e grupos religiosos. Essa estratégia seria necessária diante da boa interlocução de Serra com os dois segmentos no Estado, na avaliação dos petistas. E mais: temas como segurança pública devem se destacar na campanha por terem apelo direto desse eleitorado que o PT busca atingir.

Além disso, uma provável candidatura de Serra acendeu o sinal amarelo no PT porque o tucano contaria com o auxílio de duas máquinas: o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo.

O prefeito Gilberto Kassab conversou com a presidente Dilma Rousseff, na quarta-feira, sobre o cenário em São Paulo. Segundo relatos de interlocutores da presidente, disse que não terá como deixar de apoiar Serra, mas que mantém o compromisso de tornar o PSD um partido da base aliada. Kassab teria ido além: deixou claro que a união com Serra em São Paulo, "um beco sem saída", não altera os seus planos de compor com o PT no Estado em 2014. Agora, porém, fica mais complexo a cúpula petista apostar tantas fichas numa lealdade futura de Kassab.

Primeiro sinal. O prefeito, que mantém contatos diários com Serra, recebeu do padrinho político nos últimos dias um claro sinal de que ele está revendo a decisão de não entrar na disputa eleitoral paulistana. Diante da possibilidade e do aviso de Serra, Kassab brecou as negociações com o PT e deu a indefinição do tucano como razão para suspender o diálogo.

A tese de revisão da estratégia de campanha, porém, esbarra em resistências no entorno do candidato. "A escolha do Haddad já era uma forma de conquistar esse setor que tem dificuldade de votar no PT", disse um aliado do ex-ministro. Haddad confidenciou a petistas mais próximos que prefere disputar com Serra porque, assim, ficaria mais clara a diferença de projetos do PT e do PSDB.

* O Estado de S.Paulo, 17 de fevereiro de 2012 

[Eleições 2012]
 
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