21 novembro 2010

Os presidentes da ditadura: a grande confusão

Para entender a ditadura brasileira que atravessou duas décadas (1964 a 1984), é recomendável ler os livros do jornalista Elio Gaspari. Mas, para saber ler Elio Gaspari, é preciso ler a resenha crítica feita pelo historiador Mário Maestri e pelo jornalista Mário Augusto Jakobskind, publicada na Revista NovaE.

Sua critica central é de que a tese de Gaspari, segundo a qual a ditadura tinha que acabar porque "era uma grande bagunça", é , no mínimo, simplista. Não que a ditadura não fosse uma grande bagunça, mas a bagunça talvez fosse mais consequência do que causa. Estaria mais para lenha na fogueira do que a servir de fósforo.

Os autores apontam ainda que, entre muitas informações que compõem seus livros, Gaspari navega por um "mar da trivialidade".

Segundo Maestri e Jakobskind,

"A ignorância das transformações estruturais ensejadas pela ditadura viabiliza a apresentação de sua dissolução, não como fenômeno complexo nascido do esgotamento do novo padrão de acumulação, quando da crise capitalista mundial de meados de 1970, mas como mero resultado da vontade de Geisel e Golbery, paladinos do enredo gaspariano, desgostosos com a "bagunça" militar dos anos Costa e Silva-Garrastazú Médici! Eis aí uma simplificação histórica não raramente repetida pelos ideólogos de 64, protagonistas ou não dos acontecimentos daquele período".

Leia a resenha completa na Revista NovaE.

Um panorama bastante detalhado sobre as vertentes historiográficas a respeito do Golpe de 64 e do regime ditatorial é exposto por Carlos Fico:
FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Revista Brasileira de História.  São Paulo,  v. 24,  n. 47,   2004.

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