"Communication, Power and Counter-power in the Network Society", de Manuel Castells
Manuel Castells é o sociólogo espanhol que se tornou célebre a partir da trilogia "A sociedade em rede".
O autor analisa o impacto das novas tecnologias da informação e comunicação (comumente apelidadas de TICs) na transformação do Estado, da política e das relações sociais e econômicas.
Atualmente, é difícil escrever sobre o tema sem fazer alguma referência aos trabalhos de Castells.
Suas formulações mais recentes a respeito são encontradas em Communication Power (2009), que esmiuça as considerações feitas antes no artigo "Communication, Power and Counter-power in the Network Society" (2007).
Castells trata da relação entre mídia e política, das novas interações políticas derivadas das mudanças tecnológicas e da expansão da comunicação via internet, do alargamento da esfera política e do consequente avanço da visibilidade da ação política, do aumento da importância da reputação e da credibilidade na política, do papel dos escândalos e da forma como podem abalar a legitimidade política, dentre outros assuntos.
Castells cunha a expressão autocomunicação de massa para analisar o atual momento de expansão da comunicação de massa, viabilizado pelo alastramento do uso dos computadores pessoais conectados à internet, atingindo um número cada vez maior de pessoas, ao mesmo tempo em que essa plataforma massiva é utilizada principalmente para a comunicação de caráter pessoal.
O sociólogo acrescenta que as novas interações políticas, modificadas pelo cenário dinâmico da comunicação, alteram as relações de legitimidade política. As instituições tendem a serem modificadas paulatinamente para se adequarem aos novos formatos e conteúdos necessários à interação com o público.
Surgem movimentos que Castells qualifica como de contrapoder, alimentados por novos atores e orientados a dar uma nova configuração ao Estado e à política. A emergência da autocomunicação de massa dá aos movimentos sociais novas ferramentas de mobilização e organização, e aos indivíduos, novas formas de insurgência.
Surgem movimentos que Castells qualifica como de contrapoder, alimentados por novos atores e orientados a dar uma nova configuração ao Estado e à política. A emergência da autocomunicação de massa dá aos movimentos sociais novas ferramentas de mobilização e organização, e aos indivíduos, novas formas de insurgência.
Ao mesmo tempo, ocorre uma luta entre as novas (e horizontais) formas de comunicação e as antigas (verticais). Um risco presente é da comunicação horizontal dos blogs e das redes sociais ser aos poucos invadida pelas grandes empresas de comunicação e também pelos grupos econômicos.
Outro risco vem da tentativa de controle do Estado sobre a comunicação dos cidadãos (não só a China, mas EUA e Europa são citados como portadores de iniciativas nesse sentido).
Outro risco vem da tentativa de controle do Estado sobre a comunicação dos cidadãos (não só a China, mas EUA e Europa são citados como portadores de iniciativas nesse sentido).
Enfim, uma batalha está em curso e os resultados ainda não podem ser vislumbrados em todas as suas dimensões. Por isso, o debate de Castells é tão importante.
Obras citadas:
CASTELLS, Manuel. Communication, Power and Counter-power in the Network Society. International Journal of Communication, vol. 1, 2007, págs. 238-266.
CASTELLS, M. Communication Power. Oxford: Oxford University Press, 2009.
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