02 julho 2010

Pesquisa de hábitos de informação da população brasileira



Encomendada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, a pesquisa revelou que:

1) A televisão e o rádio permanecem como os meios de comunicação mais comuns aos brasileiros. A TV é assistida por 96,6% da população brasileira, enquanto que o rádio é utilizado por 80,3% da população.

2) Os meios de comunicação impressos são consumidos em menor intensidade, em comparação a televisão e a rádio. Revistas são lidas por 34,9% da população, enquanto que 46,1% costumam ler jornais. Apenas 11,4% da população costumam ler jornal diariamente.

3) O hábito de leitura da população apresentou relação direta com o nível de escolaridade e renda familiar. Pessoas mais cultas e de maior poder financeiro lêem mais jornais e revistas, assim como desenvolvem em maior intensidade o hábito de leitura de livros em geral.

4) A Internet no Brasil segue a tendência de crescimento mundial no número de usuários e já é utilizada por 46,1% da população brasileira. Os internautas brasileiros navegam em média 16,4 horas semanais. Entre os chamados internautas residenciais (aqueles que possuem acesso a Internet em sua própria residência), a média semanal de navegação é 20,9 horas. O tempo de navegação médio apresenta relação direta com a renda e com a escolaridade. Internautas com escolaridade em nível superior navegam em média 21,0 horas/semana. Essa média eleva-se para 23,4 horas entre os internautas de famílias com renda superior a 10 salários mínimos.
O índice de exclusão digital ainda é elevado

5) A Internet se constitui no principal meio concorrente à televisão em determinados segmentos. Apesar de esse último ser o veículo de maior abrangência nacional, e possuir acesso a todos os segmentos da sociedade, perde espaço à Internet junto ao público de escolaridade e renda mais alta, e principalmente junto aos públicos de classe C e mais jovem. Entre a população de idade entre 16 e 24 anos, de classe C, o percentual da população com acesso à Internet chega a 73,9%.

6) Foi identificado um público de alta predisposição e intensidade de consumo de meios de comunicação. Esse público é formado por um grupo de indivíduos que costuma ler jornal diariamente, ou se não lê jornal diariamente, costuma ler alguma revista. Costuma ouvir rádio e assistir televisão entre uma e duas horas diárias, priorizando a programação de notícias. É internauta e costuma navegar no mínimo nove horas semanais.

7) A formação de opinião se dá na interlocução com amigos (70,9%), família (57,7%), os colegas de trabalho (27,3%), os colegas de escola (6,9%), o namorado ou namorada (2,5%), a igreja (1,9%), os movimentos sociais (1,8%) e os sindicatos (0,8%). As pessoas se mostram, em sua maioria (67,2%), pouco flexíveis para eventuais mudanças de opinião, mesmo quando a conversa é com quem conhece mais do assunto.

8) A credibilidade da imprensa está em baixa. Quase 60% das pessoas acham que as notícias veiculadas pela imprensa são tendenciosas. Cerca de 8 em cada 10 brasileiros acreditam muito pouco ou não acreditam no que a imprensa veicula. A visão crítica em relação à imprensa cresce com o nível de renda e escolaridade do entrevistado e, portanto,  com seu grau de exposição às mídias. Mas 62,9% admitiram que, algumas vezes, mudam seus pontos de vista a partir de informações transmitidas pelos meios de comunicação.

Alguns dados chamam a atenção. Dos que assistem TV, 30% recebem o sinal por antena parabólica.
Dos que ouvem rádio, mais de 30% ainda captam a faixa de AM. A Voz do Brasil é ouvida por um contingente expressivo de pessoas: 21,3% dos ouvintes de rádio. De longe, é o programa mais ouvido do Governo Federal e supera a audiência da TV Brasil (17,8%).


3 comentários:

  1. Dentro desta pesquisa é possível levantar um debate no que diz respeito a manipulação da mídia e seus interesses.

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  2. Desde os anos de chumbo até arbertura política no Brasil, a mídia em geral puxada pela rede globo vem distruíndo mitos e criando factoíde que levam ao descrédito, político histórico como Leonel Brizola dentre outros que foram levados ao ostracismo por parte desta mídia tendenciosa, hoje estas colhem o que plantaram, pois o tempo é outro.

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  3. A imparcialidade na produção de notícias - nem todas ela têm essa característica- colocam em descrédito os meios de comunicação para a população mais escolarizada. Na eventualidade da confirmação das propostas dos principais candidatos à Presdência República, teremos um país significativamente mais escolarizado no final do próximo decênio. Nesse cenário, se o perfil dos meios noticiosos não mudar, a audiência que outrora os classificavam como um baluarte de credibilidade, os destituirão desse título. A diferença desse período para outro do passado é que ter-se-a muitas outras opções de fontes de informações. Restará portanto, apenas uma triste (feliz!) luta agonizante pela auto-sobrevivência e recuperação do poder e influência que esses meios outrora detinham. É esperar para ver!!!

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