O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) lança, nesta sexta-feira, dia 30, no Rio de Janeiro, duas publicações essenciais a quem queira compreender o debate e as polêmicas em torno das estratégias de desenvolvimento nacional.
A primeira é o livro A Controvérsia do Planejamento na Economia Brasileira (reedição), que condensa o debate travado nos anos 1940 entre Eugênio Gudin (1886-1986) e Roberto Simonsen (1889-1948). No centro deste debate, a importância (ou não) do planejamento, o papel (positivo ou negativo) do Estado e as chances de nosso desenvolvimento.
O segundo livro é Desenvolvimento: o Debate Pioneiro de 1944-1945, com ensaios sobre o impacto desse embate para os rumos da economia brasileira nas décadas seguintes.
Merece destaque o trabalho do jornalista, chargista e historiador Gilberto Maringoni. Maringoni (uma das poucas pessoas no mundo que ficam melhor em charge do que pessoalmente) traça um competente perfil analítico de Gudin e Simonsen.
(Ao lado, charge do Maringoni, por Maringoni).
Simonsen foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo , vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria e autor de extensa obra. Gudin foi um dos ícones da ortodoxia liberal no Brasil e responsável pela implantação dos primeiros cursos de economia no País.
Liberais x Desenvolvimentistas
Conforme o IPEA, o livro A Controvérsia do Planejamento na Economia Brasileira está esgotado desde a década de 1970. Sua reedição agora coincide com o momento pós-crise, em que o embate entre liberalismo e desenvolvimentismo quanto ao papel do Estado na economia está na linha de frente das discussões.
O lançamento das publicações será realizado no Instituto de Economia da UFRJ (Avenida Pasteur, 250, Urca, Auditório Dourado), às 11h, com um debate sob mediação do diretor do Instituto de Economia da universidade, João Maurity Sabóia. Participarão os diretores do Ipea João Sicsú (Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas) e Jorge Abrahão de Castro (Diretoria de Estudos e Políticas Sociais).
"uma das poucas pessoas no mundo que ficam melhor em charge do que pessoalmente"
ResponderExcluirOh, Lassance! Você esqueceu de informar que o autor da charge é o próprio Maringoni. Confirme com ele! É verdade!!! Ainda assim, ele me confidenciou que gastou meses para fazer a charge ficar melhor do que o próprio. O cara é um ARTISTA. Nem o Pitangui é capaz de fazer o que o Maringoni fez com o lápis.
EM PRIMEIRA MÃO: o Ipea vai lançar na próxima semana o livro CLÁSSICOS DE LITERATURA ECONÔMICA com textos maravilhosos de Keynes, Friedman, Schumpeter, Tobim etc.
(COMENTÁRIO: mesmo assim, dizem por aí que o Ipea está definhando, que sua produção escasseou, que só publica trabalhos com um único pensamento, o desenvolvimenta...)
JOÃO SICSÚ (joaosicsu@gmail.com)