"A ideia de que uma guerra - ou uma eleição - não foi realmente perdida, mas traída por uma conspiração de bastidores é uma forma fácil e perenemente atraente (para algumas pessoas pelo menos) de explicar a derrota: derrota, afinal, é muito difícil e doloroso de se admitir.
Também desqualifica uma grande parte da sociedade como se ela não pertencesse à nação, sejam os judeus ou os socialistas na Alemanha, em 1918, ou os Democratas na eleição dos Estados Unidos em 2020."
A frase acima é do renomado historiador Richard J. Evans, em entrevista.
Célebre especialista em Hitler e no nazismo, seu trabalho mais recente se chama “As conspirações de Hitler: A facada nas costas - O incêndio do Reichstag - Rudolf Hess - A fuga do Bunker”.
O livro trata das teorias da conspiração e fake news geradas em profusão pelo nazismo.
A frase dita acima por Evans foi a resposta à pergunta do jornalista Aaron J. Leonard:
"Seu capítulo detalhando o mito da "facada nas costas", que afirma que o exército alemão foi sabotado da vitória na Primeira Guerra Mundial por várias forças de esquerda antipatrióticas, me fez pensar em um veterano do Vietnã que encontrei há alguns anos e que era taxativo de que, naquela guerra, os EUA foram forçados a lutar com 'uma mão amarrada nas costas'. Parece que uma das características de muitas dessas teorias da conspiração ou 'histórias alternativas', é pegar uma perda ou fraqueza e transformá-la em algo mais rasteiro. Isso é correto ou há algo mais acontecendo?"
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