Lançado em novembro de 2017, em evento que contou com a participação do ministro banqueiro Henrique Meirelles, o Banco transformou o discurso em um relatório supostamente sobre "Análise da eficiência e equidade do gasto público no Brasil".
O mais incrível de tudo é que as propostas do Banco, focadas em cortes de gastos sociais, principalmente os previdenciários, simplesmente não cogitam mexer naquilo que o Brasil tem de mais absurdo: a regressividade tributária, traduzindo, a regra de que, proporcionalmente, quem paga mais imposto no país é pobre e classe média. Rico tem subsídio, perdão de dívidas e descontos generosos em imposto de renda.
O exemplo mais tosco dessa inversão de raciocínio promovida pelo Banco Mundial é que seu documento sequer recomenda, como medida necessária e urgente para diminuir gastos públicos com o pagamento de salários, mexer com as remunerações inconstitucionais das categorias que recebem valores até internacionalmente aberrantes: donos de cartório, juízes e procuradores. Nenhuma linha sequer lembra o óbvio: essas categorias deveriam respeitar o teto constitucional de remuneração (R$ 33.763,00, que tem como referência o salário de ministro do STF). Por mais absurdo que pareça, a única alusão a teto é feita a respeito do teto de pagamento de benefícios do programa Bolsa Família. É isso que o Banco Mundial chama de "justo"?
Em Entrevista para a Revista POLI: saúde, educação e trabalho - jornalismo público para o fortalecimento da Educação Profissional em Saúde, (matéria de Ana Paula Evangelista) falo sobre essas recomendações do Banco Mundial e o quanto elas sugerem um ajuste INjusto.
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O mai
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