Conclusão é de pesquisa internacional pela organização Repórteres sem Fronteira em conjunto com o coletivo Intervozes.
O fato mais aberrante, detectado pela pesquisa, é que quatro grandes grupos (Globo, Record, SBT e Band) concentrem em suas mãos emissoras nacionais e afiliadas regionais de tevê aberta.
Como se isso não bastasse, a chamada propriedade cruzada, que é proibida em vários países, aqui é permitida. Assim, um mesmo grupo de comunicação pode atuar como um conglomerado, ou seja, pode possuir tevê aberta, tevê a cabo, portais de internet, jornais, rádios, agências de notícias e revistas.
De acordo com Emmanuel Colombié, representante dos Repórteres sem Fronteira:
“Isso é uma ameaça ao sistema democrático porque a democracia pressupõe a diversidade de vozes”.
Outro aspecto considerado anômalo é o fato de que políticos sejam proprietários de meios de comunicação, o que representa um claro risco à independência editorial desses veículos. A legislação brasileira proíbe que os políticos sejam sócios diretos ou indiretos de meios de comunicação, mas eles continuam à frente de veículos, às vezes por meio de laranjas.
Na pesquisa, o risco à pluralidade e ao livre debate de ideias é medido em seis indicadores:
-Concentração de audiência;
- Concentração de propriedade;
- Propriedade cruzada;
- Transparência no controle da mídia;
- Controle político das agências de notícias e
- Controle político do financiamento da mídia.
Conheça mais detalhes da pesquisa e dos indicadores em https://brazil.mom-rsf.org/br/destaques/concentracao/ e https://brazil.mom-rsf.org/br/destaques/indicadores/
Leia a matéria do Congresso em Foco que informa também que o Ministério Público Federal estuda ações contra parlamentares sócios de rádios e TVs e contra concentração da mídia.
O Brasil precisa de uma opinião pública melhor informada, atenta e democrática.
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