"Boa parte do eleitorado inicialmente menos interessado e informado, justamente por dispor de menos preconceitos, abre-se à informação e à argumentação alheia. Sua ignorância prévia faz-lhe desconfiar dos convictos agressivos, tornando-lhe mais racional do que os dotados de excessivas certezas".
Análise do Cláudio Couto sobre o "paradoxo da despolitização".
Interessante, mas romantiza a despolitização, pois ela também pode ser (normalmente é) fonte de preconceitos.
Despolitização também nunca significou ausência de interesses próprios e, muitas vezes, de uma racionalidade rasteira. O eleitor que vende o voto é um caso clássico de despolitização e "racionalidade" - não a racionalidade de argumentos, mas a do custo-benefício imediato.
Respeito ao indeciso é bom. Mas daí a tratar o indeciso como o melhor dos eleitores, o mais "racional", vai uma grande diferença.
Fonte:: Estadão, 20/9/2014.
Para seguir o blog e receber postagens atualizadas, use a opção "seguir", ao lado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar.