Folha de São Paulo se recusa a admitir erro e pedir desculpas. É o mínimo que se poderia esperar.
Jornal emprestou carros e ajudou a financiar os órgãos da repressão na época, conforme várias denúncias.
Dono da Folha, Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), "visitava o Dops constantemente" e era "amigo pessoal" do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais ativos agentes da repressão - disse, em depoimento à Comissão da Verdade, o ex-delegado da Polícia Civil Cláudio Guerra.
"Isso está registrado", diz Guerra.
O jornal noticiou o depoimento dado pelo ex-agente da repressão (matéria abaixo):
Ex-agente acusa Folha de ter colaborado com a repressão
Folha, 25/04/2013
O ex-delegado da Polícia Civil Cláudio Guerra disse que o empresário Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher da Folha, visitou frequentemente na ditadura militar dependências do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) de São Paulo, um dos principais centros da repressão a opositores do regime.
Em depoimento ao vereador Gilberto Natalini, presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, ele disse ainda que a Folha emprestou carros e ajudou a financiar os órgãos da repressão na época.
"O Frias visitava o Dops constantemente", afirmou. "Isso está registrado."
Guerra disse também que o publisher da Folha era "amigo pessoal" do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais ativos agentes da repressão. Guerra, que publicou no ano passado o livro "Memórias de uma Guerra Suja", trabalhou para o SNI (Serviço Nacional de Informações) e diz que participou da repressão executando militantes que combateram o regime.
Seu depoimento foi gravado neste mês em Cariacica, no Espírito Santo, onde ele mora atualmente, e foi exibido na terça-feira em sessão pública da Comissão da Verdade da Câmara Municipal.
A direção da Folha nega que a empresa tenha colaborado com a repressão política e que Octavio Frias de Oliveira tenha mantido relações com o delegado Fleury.
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