18 agosto 2012

Fruta estranha, a plantada pelo racismo




A canção
"Strange Fruit", acima em sua célebre versão, cantada (e sofrida) por Billie Holiday, foi escrita por Abel Meeropol.

Meeropol, de origem judia e professor de uma escola no bairro do Bronx (Nova York), foi inspirado pelo horror ao linchamento de dois negros,  

Thomas Shipp e Abram Smith, na cidade de Marion, Indiana, a partir de uma foto de Lawrence Beitler, de 7 de agosto de 1930, dia do linchamento. 

Foi publicado como poema em 1936 e depois musicado, entrando para a galeria dos hinos de protesto. 
Meeropol e sua esposa se tornaram conhecidos também pela adoção de Robert e Michael Rosenberg, filhos do casal Rosenberg, Julius e Ethel, presos, condenados e executados pela acusação de espionagem.
Strange Fruit  
Cantada por Billie Holiday
Southern trees bear a strange fruit
Blood on the leaves and blood at the root
Black bodies swinging in the southern breeze
Strange fruit hanging from the poplar trees
Pastoral scene of the gallant south
The bulging eyes and the twisted mouth
Scent of magnolias, sweet and fresh
Then the sudden smell of burning flesh
Here is fruit for the crows to pluck
For the rain to gather, for the wind to suck
For the sun to rot, for the trees to drop
Here is a strange and bitter crop
Fruta Estranha  


Árvores do sul produzem uma fruta estranha,
Sangue nas folhas e sangue nas raízes,
Corpos negros balançando na brisa do sul,Fruta estranha penduradas nos álamos.
Pastoril cena do valente sul,
Os olhos inchados e a boca torcida,
Perfume de magnólias, doce e fresca,
Depois o repentino cheiro de carne queimada.
Aqui está a fruta para os corvos arrancarem,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
Para o sol apodrecer, para as árvores deixarem cair,
Aqui está a estranha e amarga colheita.

Robert Meeropol foi recentemente entrevistado por Geneton Moraes Neto, no Dossiê Globonews.
 
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