Antes de Lugo, derrubada de Zelaya serviu de laboratório para “testar novos tipos de golpes de estado na América
Latina” (Betty Matamoros).
O alerta é de que a direita latinoamericana estuda meios aparentemente "democráticos" para conter governos comprometidos com mudanças sociais.
Honduras foi laboratório para novo tipo de "golpe institucional" no Paraguai
Giorgio Trucchi, de Manágua. Fonte: Opera Mundi, 23 de Junho.
O golpe que derrubou o presidente hondurenho Manuel Zelaya, em junho de
2009, não só quebrou a ordem constitucional do país como foi “um
laboratório para testar novos tipos de golpes de estado na América
Latina”. A análise é da educadora Betty Matamoros, uma das principais
lideranças da FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular), em
Honduras.
Segundo Betty, o processo ocorrido esta semana no Paraguai, assim como a
tentativa de golpe contra o presidente equatoriano Rafael Correa, em
setembro de 2010, reforça ainda mais um ponto de vista em que os
movimentos de resistência hondurenhos têm insistido nos últimos anos.
“A direita internacional vem estudando novas modalidades para dar golpes de estado técnicos, com cara democrática e institucional, para poder frear a luta social do povo e os avanços dos governos progressistas na América Latina”,
manifestou Matamoros, em entrevista
para o Opera Mundi.
Nesta sexta-feira (22/06), após um processo de impeachment que durou
menos de 30 horas, o Senado do Paraguai depôs o presidente Fernando
Lugo, cujo mandato só terminaria em 2013.
A educadora não é a única voz na região que considera o uso de
mecanismos contemplados pela lei para depor presidentes legítimos como
um dos prováveis novos métodos adotados depois do golpe em Honduras.
O analista político hondurenho Eugenio Sosa afirma que “com a queda do
presidente Zelaya, a direita latina aprendeu que não é necessário atuar
como nas décadas passadas, que os golpes militares com derramamento de
sangue já não servem”. O acadêmico acredita também que “é muito menos
grave, para essa direita, apostar em novas fórmulas com aparência
constitucional, já que também são mais aceitas pelos olhos do mundo”.
Honduras foi laboratório para novo tipo de "golpe institucional" no Paraguai http://bit.ly/MEzSCs
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