Em homenagem aos 149 anos de seu nascimento, Ernesto Nazareth ganha
site e em breve terá biografia, além de revisão de suas obras.
Cristina Romanelli, da página da Revista de História da Biblioteca Nacional.
Como
presente, o Instituto Moreira Salles (IMS) do Rio de Janeiro inaugurou
um site todo dedicado a ele.
Os internautas agora têm acesso a
manuscritos, fotografias, discografia completa, partituras para piano e
para rodas de choro, linha do tempo e informações biográficas inéditas,
cedidas por Luiz Antônio de Almeida, herdeiro do acervo de Nazareth.
E
vêm mais novidades por aí: Almeida está em busca de uma editora para
publicar um livro sobre o músico, e o pesquisador e pianista Alexandre
Dias está fazendo uma revisão completa de suas obras em parceria com a
professora Sara Cohen, da Escola de Música da Universidade Federal do
Rio de janeiro (UFRJ).
“Comecei a pesquisar Nazareth aos 14 anos, depois de ouvir falar sobre
ele em um programa de televisão. Conheci um filho e uma sobrinha dele
nessa época. Como Nazareth não teve netos, eles me passaram o acervo, e
agora cedi para o site todas as imagens e também informações do
livro que acabei de escrever”, conta Almeida, que hoje é chefe da sala
de pesquisa do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro.
A cravista Rosana Lanzelotte é outra que fez contribuições. Cedeu nada
menos que as 218 partituras de Nazareth publicadas em 2009 no portal www.ernestonazareth.com.br.
A iniciativa fez com que o compositor se tornasse, naquele ano, o
primeiro brasileiro com todas as partituras editadas na Internet – e
gratuitamente. “Vários compositores estão esquecidos por falta de
partituras editadas. No caso de Nazareth, tinha-se acesso a 20 ou 30
músicas mais conhecidas... Agora elas são vistas no mundo inteiro. Temos
de 1.500 a 2.000 acessos por mês, de vários países”, conta Rosana.
O portal do IMS deverá atrair ainda mais visitantes graças a novidades,
como os textos explicativos sobre cada obra e as mais de 2.000
gravações feitas desde a inauguração da Casa Edison (1902), primeira
gravadora do país. “Vamos tentar colocar todas as gravações no site,
inclusive oito feitas pelo próprio Nazareth, em 1912 e 1930. Muitas
vezes, só com as gravações dele e com os manuscritos das partituras dá
para descobrir a versão original das músicas”, explica Dias.
Tudo isso ajudará a divulgar a obra de Nazareth, e pode funcionar
também como uma espécie de reparação, já que o compositor foi por muito
tempo considerado inferior. “Isso acontecia porque ele está no limite
entre o popular e o erudito. Mas é um absurdo. Os choros que ele
transportou para o piano são tocados no mundo todo. Muitos o comparam a
Chopin, que transpôs para o piano a dança urbana chamada mazurca”,
afirma o pesquisador.
Nazareth, conhecido como Rei do Tango, também teve muitos momentos de
glória. Na década de 1910, não era raro ver a sala de espera do Cinema
Odeon, no Rio de Janeiro, lotada de pessoas que desistiam dos filmes
para ouvi-lo ao piano. Quem sabe se todas essas iniciativas – e outras
que estão por vir – poderão fazê-lo ganhar novamente um lugar de
destaque como um dos mais importantes compositores brasileiros?
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Saiba Mais - Internet
www.ernestonazareth150anos.com.br
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