Modelo usado pelo Banco Central para decisões sobre a taxa básica de juros é contraproducente, segundo estudo de pesquisadores da UnB
UnB critica modelo do BC
Fonte: O Globo, 27/11/2011
Juros afetam produção e consumo
BRASÍLIA. Um estudo inédito de professores da Universidade de Brasília (UnB) põe em xeque o modelo usado hoje pelo Banco Central (BC) para decidir sobre a taxa básica de juros. Ele ataca justamente o coração do sistema de metas de inflação. E diz que a recomendação adotada pelo Brasil de como um país deve estabelecer a taxa de juros para manter a inflação baixa, conhecida como regra de Taylor, não deveria ser aplicada porque é ineficiente na nossa economia.
O argumento do grupo é que o aumento da taxa básica de juros no Brasil freia não apenas o consumo, mas também a oferta de produtos pelos empresários. O impacto seria praticamente igual dos dois lados, o que faz com que não haja mudanças na pressão inflacionária.
- Isso não afeta de forma significativa a diferença entre a capacidade produtiva do país e o que realmente o Brasil produz, ou seja, é ineficiente - diz uma das pesquisadoras, a professora da UnB Maria de Lourdes Mollo, que faz coro com os economistas que defendem uma queda mais forte da Selic a partir de agora para evitar uma freada brusca da economia por causa da crise internacional.
Na opinião do ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas, não há como chegar a um resultado preciso como o do estudo, porque o chamado PIB potencial (o quanto a economia pode crescer sem provocar inflação) não é uma conta exata. E, por isso, seria impossível saber qual realmente seria o impacto.
O argumento do grupo é que o aumento da taxa básica de juros no Brasil freia não apenas o consumo, mas também a oferta de produtos pelos empresários. O impacto seria praticamente igual dos dois lados, o que faz com que não haja mudanças na pressão inflacionária.
- Isso não afeta de forma significativa a diferença entre a capacidade produtiva do país e o que realmente o Brasil produz, ou seja, é ineficiente - diz uma das pesquisadoras, a professora da UnB Maria de Lourdes Mollo, que faz coro com os economistas que defendem uma queda mais forte da Selic a partir de agora para evitar uma freada brusca da economia por causa da crise internacional.
Na opinião do ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas, não há como chegar a um resultado preciso como o do estudo, porque o chamado PIB potencial (o quanto a economia pode crescer sem provocar inflação) não é uma conta exata. E, por isso, seria impossível saber qual realmente seria o impacto.
- O importante do sistema de metas e, consequentemente da regra de Taylor, é como ele age nas expectativas dos agentes.
O BC se recusou a falar sobre o estudo, que foi apresentado num evento com a participação da própria autarquia. O estudo nasceu em uma tese de doutorado e ainda será publicado na revista científica "Economia e Política". (G.V.)
Economia brasileira, política monetária, cálculo da taxa de juros, inflação, política acroeconômica
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