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06 maio 2024

INSTITUIÇÕES, ESTADO e POLÍTICAS PÚBLICAS

Uma introdução à ciência política em linguagem simples 




Também disponível na plataforma Archive

Para citar:
LASSANCE, Antonio. Instituições, Estado e Políticas Públicas: uma introdução à ciência política em linguagem simples. São Paulo: Nexo Políticas Públicas. Disponível em: https://bit.ly/49Utw13. Acesso em 5 maio 2024.
















O Brasil precisa de uma opinião pública melhor informada, atenta e democrática.
As manifestações presentes neste blog são de caráter estritamente pessoal. 
 
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25 janeiro 2017

Como é calculado o número de deputados e senadores no Brasil

Proporcionalidade e federalismo definem a composição da Câmara e do Senado, com o objetivo de assegurar a representação das pessoas e dos Estados.


Vídeo do Nexo Jornal





https://youtu.be/wU2TJoty0vA


10 dezembro 2015

Instituições de accountability no Brasil

Estudo coordenado pelo cientista político Fernando Filgueiras, da UFMG.

A pesquisa avalia que o principal problema para o enfrentamento das irregularidades da gestão pública, especialmente nos municípios, é a falta de cooperação e coordenação do sistema de instituições de accountability. 


Há avanços no que tange à qualidade das instituições do sistema de accountability, as quais passaram por processos de mudanças consideráveis desde a redemocratização. Entretanto, o momento exige que esforços de cooperação e coordenação sejam necessários para fazer avançar não apenas o desenvolvimento institucional, mas também o desenvolvimento processual necessário para o sequenciamento das atividades do sistema de instituições.

 

FILGUEIRAS, Fernando. Instituições de accountability no Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 2015.

Leia o relatório 1
O primeiro relatório apresenta os resultados alcançados com o projeto “O fortalecimento das instituições de accountability no Brasil”, realizado pelo Centro de Referência do Interesse Público da Universidade Federal de Minas Gerais.


Leia o Relatório 2: "O desenvolvimento da transparênciae a Copa do Mundo de 2014"












O Brasil precisa de uma opinião pública melhor informada, atenta e democrática. Ou será um país de Estado ineficiente, capturado por interesses escusos, com governos fracos, oposição golpista, imprensa hipócrita e cercado por egoístas e intolerantes.
 
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24 fevereiro 2015

A entrevista épica em que o prefeito Fernando Haddad enfrentou Rachel Sherazade e Marco Antonio Villa, na Jovem Pan




Além de ser uma aula de como enfrentar uma entrevista de forma esclarecedora e pedagógica, é uma aula de concepção de cidade.

Mostra também como as coisas são difíceis até para mudar meio metro de calçada em uma cidade cheia de problemas e com uma imprensa que faz da desqualificação do debate a sua profissão de fé.

Segunda parte:





 
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19 fevereiro 2015

Qualidade do Gasto Público no Brasil

Municípios médios mostram-se mais eficientes do que os muito grandes (como as capitais) e do que os muito pequenos.

O estudo Padrões Regionais do Gasto Público Municipal no Brasil, do pesquisador Constantino Cronemberger Mendes, ganhou o VII Prêmio de Monografias promovido pela Secretaria de Orçamento e Finanças do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SOF).

O pesquisador discute como a configuração territorial do gasto público se relaciona com a dinâmica socioeconômica em escalas local, estadual, regional e nacional.

Os resultados mostram “que as pequenas cidades apresentam despesas médias comparáveis às capitais e às grandes cidades”. “Esse comportamento sugere deficiências de escala na provisão de bens e serviços públicos naquelas localidades. Esse padrão também revela a dificuldade de compatibilizar a dinâmica socioeconômica local e o aumento da demanda com capacidades governamentais claramente mais limitadas”.

Leia o estudo Padrões Regionais do Gasto Público Municipal no Brasil


 
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18 novembro 2014

Finanças Públicas e Macroeconomia no Brasil

Um registro da reflexão do Ipea (2008-2014).
Baixe os livros organizados pela Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea:


Os organizadores são Cláudio Hamilton Matos dos Santos e Raphael Rocha Gouvêa (organizadores) / Brasília, 2014
SUMÁRIO do vol. 1


INTRODUÇÃO
FINANÇAS PÚBLICAS E MACROECONOMIA NO BRASIL: A LÓGICA DA REFLEXÃO DO IPEA NO PERÍODO 2008-2014

PARTE 1 – RECEITAS PÚBLICAS

CAPÍTULO 1
UMA METODOLOGIA SIMPLIFICADA DE ESTIMAÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA TRIMESTRAL

CAPÍTULO 2
A EVOLUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA BRUTA BRASILEIRA NO PERÍODO 1995-2007: TAMANHO, COMPOSIÇÃO E ESPECIFICAÇÕES ECONOMÉTRICAS AGREGADAS

CAPÍTULO 3
UMA METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DE SÉRIES DE ALTA FREQUÊNCIA DAS FINANÇAS MUNICIPAIS NO BRASIL COM APLICAÇÃO PARA O IPTU E O ISS (2004-2010)

CAPÍTULO 4
CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA: ESTIMAÇÃO E ANÁLISE DOS DETERMINANTES DA EVOLUÇÃO RECENTE – 2002-2012

PARTE 2 – DESPESAS PÚBLICAS

CAPÍTULO 5
UMA METODOLOGIA SIMPLIFICADA DE ESTIMAÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA LÍQUIDA BRASILEIRA TRIMESTRAL NO PERÍODO 1995-2007

CAPÍTULO 6
DESPESAS DE INVESTIMENTO MUNICIPAIS DAS CAPITAIS BRASILEIRAS NO PERÍODO 2001-2008: O QUE PODEMOS INFERIR COM BASE NOS DADOS BIMESTRAIS DOS RELATÓRIOS RESUMIDOS
DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA?

CAPÍTULO 7
UMA METODOLOGIA DE ESTIMAÇÃO DA FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO DAS ADMINISTRAÇ ÕES PÚBLICAS BRASILEIRAS EM NÍVEIS MENSAIS PARA O PERÍODO 2002-2010

CAPÍTULO 8
CLASSIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS DESPESAS PÚBLICAS FEDERAIS PELA ÓTICA MACROECONÔMICA (2002-2009)

CAPÍTULO 9
UMA ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DO CONSUMO DO GOVERNO NAS CONTAS NACIONAIS REFERÊNCIA 2000

PARTE 3 – POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA
CAPÍTULO 10
REVISITANDO A FUNÇÃO DE REAÇÃO FISCAL NO BRASIL PÓS-REAL: UMA ABORDAGEM DE MUDANÇAS DE REGIME

CAPÍTULO 11
RESULTADO ESTRUTURAL E IMPULSO FISCAL: UMA APLICAÇÃO PARA AS ADMINISTRAÇ ÕES PÚBLICAS NO BRASIL (1997-2010)

CAPÍTULO 12
ADMINISTRAÇÃO E SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA PÚBLICA NO BRASIL: UMA ANÁLISE PARA O PERÍODO 1995-2007

CAPÍTULO 13
DÍVIDA LÍQUIDA E DÍVIDA BRUTA: UMA ABORDAGE M INTEGRADA PARA ANALISAR A TRAJETÓRIA E O CUSTO DO ENDIVIDAMENTO BRASILEIRO

APÊNDICE
BASES DE DADOS DE FINANÇAS PÚBLICAS SUBNACIONAIS: DESAFIOS E ALGUMAS SOLUÇÕES




SUMÁRIO do vol. 2

INTRODUÇÃO
FINANÇAS PÚBLICAS E MACROECONOMIA NO BRASIL: A LÓGICA DA REFLEXÃO DO IPEA NO PERÍODO 2008-2014

CAPÍTULO 1
O CONTEXTO MACROECONÔMICO DA DISCUSSÃO

CAPÍTULO 2
A DINÂMICA RECENTE DA CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL: O QUE EXPLICA O PARADOXO DO CRESCIMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA EM MEIO A SEGUIDAS DESONERAÇÕES TRIBUTÁRIAS?

CAPÍTULO 3
A DINÂMICA RECENTE DOS GASTOS PÚBLICOS BRASILEIROS (I): CONSUMO DO GOVERNO

CAPÍTULO 4
A DINÂMICA RECENTE DOS GASTOS PÚBLICOS BRASILEIROS (II): AS TRANSFERÊNCIAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA E PREVIDÊNCIA SOCIAL E SUBSÍDIOS ÀS EMPRESAS

CAPÍTULO 5
A DINÂMICA RECENTE DOS GASTOS PÚBLICOS BRASILEIROS (III): A RETOMADA DO INVESTIMENTO PÚBLICO NO BRASIL E OS DESAFIOS DO PADRÃO DE FINANCIAMENTO

CAPÍTULO 6
A DINÂMICA RECENTE DO ENDIVIDAMENTO PÚBLICO E DAS DESPESAS DE JUROS

CAPÍTULO 7
NOTAS FINAIS: O PAPEL DAS FINANÇAS PÚBLICAS NO MODELO BRASILEIRO DE CRESCIMENTO INCLUSIVO E A DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA EM 2011

APÊNDICE A
UM PANORAMA DAS FINANÇAS PÚBLICAS BRASILEIRAS DE 1995 A 2009

APÊNDICE B
UM PANORAMA MACROECONÔMICO DAS FINANÇAS PÚBLICAS (2007-2010)






 
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15 maio 2014

As ações de parceria do Governo Federal com os municípios

Programas e recursos para 2014.
@portalfederativo




 
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19 março 2014

Perfil dos Estados Brasileiros 2013

Dados evidenciam como são governadas as Unidades da Federação e como são definidas e implementadas suas políticas públicas. 
A pesquisa é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Os resultados estão organizados em sete capítulos em que são destacados aspectos relevantes da gestão e da estrutura desses entes federados a partir dos seguintes eixos temáticos: recursos humanos das administrações, saúde, meio ambiente, política de gênero, assistência social, segurança alimentar e nutricional e inclusão produtiva. Esses dados ampliam o conhecimento sobre o papel das instituições estaduais no contexto da democracia, do “novo” federalismo e da descentralização.

 
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12 novembro 2013

Federalismo e desigualdade regional

Uma ideia sobre como usar o que nosso federalismo tem de melhor.

Leia o artigo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo.

 
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30 julho 2013

IPEA divulga Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios

74% dos municípios brasileiros se encontra nas faixas de Médio e Alto Desenvolvimento. 
O maior número de municípios na faixa de alto desenvolvimento está nas regiões Sul (64,7%) e Sudeste (52,2%). 
Centro-Oeste e o Norte aparecem como as regiões com maior número de municípios classificados com Médio Desenvolvimento Humano. Registraram, respectivamente, 56,9% e 50,3% nesta categoria.
Entre os 25% (um total de 1.431 municípios) que apresentaram baixo ou muito baixo desenvolvimento humano, a Região Nordeste ainda é a que concentra o maior número (61,3%). No Norte do país, estes somam 40,1%.


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04 julho 2013

Em uma década, o percentual de municípios com Fundo de Meio Ambiente passou de 1,5% para 37,2%

No Transporte, apenas 3,8% dos municípios possuem um Plano Municipal de Transportes, apesar de 74,3% (4.133) dos municípios declararem possuir estrutura organizacional para cuidar do tema. Somente 3,7% contam com Fundo Municipal de Transporte e 6,4% possuem Conselho Municipal de Transporte.

Fonte: Munic, IBGE, 2012. 


Sobre Segurança e Justiça, vale ressaltar o número de municípios onde a guarda municipal utiliza-se de armas de fogo (153) e a diminuição considerável de municípios com estrutura de segurança diretamente ligada ao gabinete do prefeito: de 48,6%, em 2006, para 37,2%, em 2012.
Em 2012, a MUNIC investigou, pela primeira vez, alguns aspectos da estrutura administrativa e legal da política de Segurança Alimentar e Nutricional, concluindo que 39,3% dos municípios possuem estrutura organizacional para isso. O percentual de municípios que possuem Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional é baixo, 17,7% (986).
Outro dado importante é que 16,4% (911) dos municípios brasileiros tinham recursos orçamentários municipais previstos para o financiamento de políticas de segurança alimentar e nutricional, exceto contrapartidas de convênios com os governos estadual e federal.
Também pela primeira vez, a MUNIC investigou se a prefeitura garante o acesso à internet através de conexão wi-fi, concluindo que 795 oferecem esses serviços. Além disso, 90,5% dos municípios possuem política ou plano de inclusão digital e 76,8% instalaram computadores na rede pública de ensino.
Além desses dados, a MUNIC traz um levantamento detalhado da organização das prefeituras, quadro funcional, instrumentos fiscais, políticas de planejamento, oferta de serviços e infraestrutura urbana, dentre outras informações ligadas aos temas comunicação e informática, transporte, cultura, assistência social, segurança pública, meio ambiente e segurança alimentar e nutricional. Em sua décima edição, a pesquisa investigou todos os 5.565 municípios instalados. A coleta foi realizada entre maio e dezembro de 2012. 

39,3% dos municípios tem estrutura de segurança alimentar e nutricional
Em 2012, a MUNIC investigou, pela primeira vez, alguns aspectos das estruturas administrativa e legal da política de segurança alimentar e nutricional, concluindo que 39,3% (2.187) dos municípios possuíam estrutura organizacional para isso, a maioria ligada à administração direta na forma de setor subordinado a outra secretaria (78,1%). Regionalmente, o Nordeste (46,2%) apresentou o maior número de municípios com estrutura e observou-se que, mesmo em Roraima e no Acre, onde não há qualquer estrutura em nível estadual, encontram-se municípios estruturados.
Quanto à existência de um Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional – instrumento adequado para trazer a gestão da segurança alimentar e nutricional à sociedade civil –, 27,1% (1.507) dos municípios brasileiros informaram a existência de Conselho. Com relação ao funcionamento, 73,2 % (1103) se reuniram nos últimos 12 meses e 30,5% (459) receberam recursos orçamentários do governo municipal para apoio a suas atividades. Apenas em Roraima, nenhum dos municípios possuía conselho, diferente do que ocorreu na instância estadual, pois todas as Unidades da Federação possuíam um Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, em 2012.
Entretanto, apenas 5,2% dos municípios brasileiros (291) possuíam Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional para promover a articulação e integração entre os órgãos e entidades da administração pública e garantir a execução das políticas do setor. Em relação a um Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, o percentual também é baixo: 17,7% (986) dos municípios apresentavam tal instrumento. Examinando as ações contempladas nesses planos, predominam aquelas para a alimentação escolar, aquisição de alimentos da agricultura familiar, educação alimentar e nutricional e ações de saúde e nutrição; já ações voltadas para pesquisas, estudos e diagnósticos relacionados à segurança alimentar e nutricional, construção de cisternas e utilização de sistema informatizado para gestão, monitoramento e avaliação da política foram as menos contempladas.
Em 2012, apenas 16,4% (911) dos municípios brasileiros tinham recursos orçamentários municipais previstos para o financiamento de políticas de segurança alimentar e nutricional, exceto contrapartidas de convênios com os governos estadual e federal.
Apenas 3,8% dos municípios possuem Plano Municipal de Transporte
Em 2012, 4.133 (74,3%) municípios brasileiros possuíam estrutura organizacional para cuidar de transporte, 6,4% possuem Conselho Municipal de Transporte e 3,7% contam com Fundo Municipal de Transporte. A MUNIC também constatou que apenas 3,8% dos municípios do país possuem Plano Municipal de Transporte. Com relação ao tipo de transporte existente, 0,3% dos municípios possuem metrô, 2,5% possuem trem, 55,3% contam com o serviço de mototaxi, 67,7% possuem vans e, em relação aos ônibus, 38% (2.114) possuem ônibus municipal e 85,8% (4.775), ônibus intermunicipal.
Guarda Municipal usa arma de fogo em 153 municípios brasileiros
Segundo a MUNIC, nos últimos seis anos pesquisados, houve uma diminuição considerável de municípios com estrutura de segurança diretamente ligada ao gabinete do prefeito: de 48,6% do total de municípios do país, em 2006, para 37,2%, em 2012.
A Guarda Municipal está presente em 17,8% (993) dos municípios, sendo que em 153 utiliza armas de fogo. Em relação às delegacias de polícia, o total de delegacias gerais diminuiu (de 83,7% para 81,8%) e o de especializadas aumentou entre 2009 e 2012, o que provavelmente aconteceu por conta das políticas públicas direcionadas especificamente a determinadas parcelas da população, como mulheres, crianças e adolescentes e idosos.
Sobre a existência de coordenadoria municipal ou outra unidade de defesa civil nos municípios, verificou-se um aumento de 7,0% de 2009 para 2012 (de 59,3% para 66,3%). A Região Sul se destaca com 89,4% de municípios com algum tipo de unidade de defesa civil. Na Região Sudeste, os estados do Rio de Janeiro (96,7%) e Espírito Santo (92,3%) apresentaram as proporções mais elevadas da Região Sudeste (73,3%). Os menores percentuais são os das Regiões Centro-Oeste (32,0%) e Norte (36,7%).
Unidades de conservação municipais existem em 24,4% dos municípios em 2012
Entre 2002 e 2012, a MUNIC constatou que o percentual de municípios com algum tipo de estrutura na área ambiental (secretaria, setor ou órgão de administração indireta) aumentou de 67,5% para 88,5%. Destacam-se também o percentual de municípios com Fundo de Meio Ambiente - que saltou de 1,5%, em 2002, para 37,2%, em 2012 -, Conselho de Meio Ambiente (de 34,1%, em 2002, para 63,6%) e Comitês de Bacia Hidrográfica (de 46,8% para 67,4%). Houve ganhos também na participação dos municípios com legislação específica para a área ambiental (de 42,5%, em 2002, para 55,4%, em 2012) e com Unidades de Conservação Municipais (de 17,1% para 24,4%).
Ainda é relativamente baixo o percentual de municípios com Lei de parcelamento do solo para fins urbanos, definindo zonas prioritárias para proteção ambiental (21,8%), com Plano de Contingência ou Emergência para casos de desastres ambientais (11,8%) e que realizam Pagamento por serviços ambientais (7,5%) como estímulo à recuperação, manutenção e melhoria dos ecossistemas.
62,9% dos municípios adotam mecanismos de atração de empreendimentos
Verificou-se na MUNIC 2012 o maior esforço de adequação da estrutura administrativa e da tributária com vistas ao aumento dos recursos financeiros próprios, destacando-se o investimento na modernização de uma série de instrumentos de controle da arrecadação, como a informatização dos cadastros de Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU e Imposto Sobre Serviços - ISS. Da mesma forma, a ampliação da base arrecadatória dos municípios, com a instituição de diferentes tipos de taxas e da concessão de incentivos a atração de empreendimentos são importantes mecanismos que contribuem para o crescimento da arrecadação tributária dos municípios.
Em 2006, 49,5% dos municípios adotaram os referidos mecanismos, passando para 62,9% em 2012, um crescimento de 27%. Os tipos de mecanismos de incentivos mais frequentes são os mecanismos não-fiscais, como a cessão (24,2%) e doação (26,3%) de terrenos.
Comunicação e informática: 76,8% dos municípios possuem computadores na rede pública de ensino
Em 2012, 95,0% (5.289) dos municípios disponibilizavam alguma forma de atendimento à distância, sendo que o atendimento via internet é o mais frequente (88,7%). Também se constatou que 74,5% dos municípios possuem página na internet, sendo que 11,2% (466) destes declararam que suas páginas são acessíveis a pessoas com deficiência. A MUNIC também investigou a existência de política ou plano de inclusão digital, e 90,5% (5.034) dos municípios informaram desenvolvê-los. Como projetos e ações de inclusão digital, 76,8% declararam ter instalado computadores na rede pública municipal de ensino e 76,2% informaram a criação de telecentros. Pela primeira vez, a MUNIC investigou se a prefeitura garante o acesso à internet através de conexão wi-fi, concluindo que 795 (14,3%) municípios oferecem esses serviços, sendo que em 744 (13,4%) o acesso é gratuito, em 382 (6,9%) a cobertura se restringe a alguns bairros da área urbana e em 181 (3,3%) há cobertura em áreas urbana e rural.
Bibliotecas públicas existem em 97% dos municípios
Dentre as características da estrutura cultural dos municípios, a MUNIC observou que apenas 32,3% dos municípios possuem Conselho Municipal de Cultura. Em relação às seis características identificadas nos Conselhos (paritário, consultivo, deliberativo, normativo, fiscalizador e realização de reunião anual), a média geral para o país é de 4,2 instrumentos. Além disso, a MUNIC investigou a legislação de proteção ao patrimônio cultural material (presente em 29,9% dos municípios) e imaterial (presente em 9,8%), a existência de equipamentos culturais, como bibliotecas públicas (97%), por exemplo, e as atividades artísticas e culturais existentes nos municípios, dentre outros tópicos.
Assistência Social: 72,6% dos municípios possuem secretaria exclusiva
Quanto à municipalização da assistência social, os resultados de 2012 demonstraram que a estrutura organizacional da Política Municipal de Assistência Social se manteve presente na quase totalidade dos municípios, em sua maioria ligada à administração direta e caracterizada como secretaria exclusiva ou secretarias em conjunto com outras políticas. Com relação à existência de estruturas caracterizadas como secretaria municipal exclusiva, que em 2005 estava presente em 59,0% dos municípios, atingiu 72,6% no ano de 2012; já os municípios com o órgão gestor caracterizado como setor subordinado à chefia do executivo passam de 12,9%, em 2005, para apenas 3,6% em 2012. Com status de secretaria, a política de assistência social com estrutura exclusiva ou associada à outra política estava presente em 93,7% dos municípios, o que indica a contínua valorização desta política do ponto de vista da gestão municipal.
Região Sul é a que possui mais instrumentos participativos de planejamento e gestão urbana
Em 2012, o Brasil possuía 1.231 municípios com conselho municipal de política urbana, o equivalente a 22,1% do total de municípios. Embora baixa, essa proporção representa um crescimento de 68,3% quando comparado a 2005 (731 municípios ou 13,1%). As maiores proporções de municípios com os respectivos conselhos se encontram na Região Sul, com 40,3% em 2012. Em relação às frequências das reuniões, indicador que mede a atuação dos conselhos, a pesquisa mostrou que em 72,1%(888) dos conselhos municipais houve reuniões nos últimos 12 meses. Isso significa que 27,9% dos conselhos não se reuniram no período indicado, proporção que não é desprezível dada sua importância na natureza do processo de formulação das políticas públicas.
A MUNIC também constatou que 2.658 (47,8%) municípios possuíam Plano Diretor em 2012, enquanto em 2005 eram 805 (14,5%) municípios. Assim como em relação aos conselhos, a região Sul também apresentou a maior cobertura, com 69% dos seus municípios declarando possuírem planos diretores em 2012, o que sugere o seu maior alinhamento com a necessidade de se adotar instrumentos de planejamento e gestão urbana participativos.
Entre 2005 e 2012, pessoal ocupado na administração direta aumenta 33,2%
Entre 2005 e 2012, o número total de pessoas ocupadas na administração direta e indireta municipal brasileira cresceu 31,7% (1.512.611 pessoas a mais), totalizando, em 2012, 6.280.213 pessoas, ou 3,2% da população estimada do Brasil. O quadro de recursos humanos das prefeituras está, na sua maioria, na administração direta (95,3% ou 5.985.248 pessoas), enquanto apenas 4,7% (294.965) está na administração indireta (empresas e fundações).
O contingente de pessoas ocupadas na administração direta aumentou 33,2% (1.491.094) entre 2005 e 2012 e a maior parte dos ocupados nessa esfera é servidor estatutário (62,6% ou 3.746.899). Já na administração indireta, entre 2005 e 2012 houve um acréscimo de 7,9% (21 mil pessoas a mais) no pessoal ocupado, mas o número de municípios que possui essa esfera de administração diminuiu de 1053 para 1033 (-1,9%). O maior percentual dos ocupados na administração indireta também possui vínculo estatutário (40,8% ou 120.427 pessoas).

 
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17 junho 2013

Novos municípios vêm aí

Um debate que estava interditado desde os anos 1990 foi reaberto com a proposta, em debate no Congresso, que permite a emancipação de municípios.


Mas não é pra quem quer. É pra quem pode. Critérios impedem criar municípios que não tenham condições mínimas de se organizar.

Projeto evita a criação de municípios "nanicos", como o de Borá-SP, criado com menos de 1.000 habitantes.


Para entender
  • A Câmara aprovou (4/6/2013) novas regras para criação de municípios, por incorporação ou desmembramento.
  • O projeto agora está no Senado.
  • Pelos critérios, os atuais distritos ou bairros que desejam se emancipar precisam ter uma população mínima. O critério varia conforme a região. Para o Norte e Centro-Oeste, a população deve ser de no mínimo 6.008 habitantes. No Nordeste, de 8.411. No Sul e Sudeste, de 12.016.
  • As estimativas sobre o número de novos municípios a serem criados variam de 150 a 400. 
  • Além dos critérios populacionais e financeiros, tudo vai depender de plebiscito a ser feito nos municípios que estão em vias de serem desmembrados.


Mais detalhes nas matérias abaixo, de Daniel Branuoti, José Maria Tomazela, Eduardo Brescian e Angêla Lacerda, publicadas n'O Estado de S. Paulo, de 16/6/2013.
 Regras barram 80% dos municípios paulistas que querem virar cidades

No entorno de Brasília, as "cidades-dormitórios" desejam se emancipar 
Em PE, independência é esperança de crescimento

As novas regras aprovadas pela Câmara para a criação de municípios barram 8o% dos distritos paulistas que estão na fila para virar cidades. Dos 74 pedidos de emancipação feitos à Assembleia Legislativa, no máximo 15 teriam condições de aprovação pelos novos critérios, segundo a União Brasileira em Defesa da Criação de Novos Municípios. Entre as exigências estão viabilidade econômico-financeira, político-administrativa e ambiental e, no Estado, um mínimo de 12.016 habitantes.

Pelo menos 15 distritos que buscam autonomia estão ligados a cidades com menos de 10 mil habitantes. É o caso de Iubatinga, em Caiabu, no oeste paulista. A cidade tem 4.072 habitantes, mas a população do distrito é de apenas 785 pessoas. O distrito de Vicentenópolis, em Santo Antônio de Aracanguá, também quer virar cidade, mas

o município todo tem 7.688 habitantes. "Se essa lei tivesse sido aprovada há 20 anos, a própria cidade ainda seria distrito", disse Nunes Filho. Segundo ele, a nova lei exige que a cidade tenha renda para pagar o salário do prefeito, vereadores e funcionários e suprir os serviços básicos sem depender de recursos da União. "A lei acaba com a farra das novas prefeituras e Câmaras." No caso de Campos de Holambra, em Paranapanema, a resistência é da cidade-mãe. O distrito ficaria com mais da metade da população, de 17.999 habitantes, a maior cooperativa de produção agrícola, base da economia local, e com a única indústria. Mais de 60% da receita tributária própria, de R$ 5,7 milhões, vêm do distrito.

As principais metrópoles paulistas correm o risco de perder parcelas significativas da população. Na maior de todas, São Paulo, com 11.376.685 habitantes, quatro distritos que somam 450 mil habitantes buscam a emancipação - Perus, Santo Amaro, São Mateus e Parelheiros. Em Campinas, maior cidade do interior - tem 1.090.000 habitantes-, os distritos de Souzas, Barão Geraldo e Joaquim Egídio, com 85 mil moradores, já pediram autonomia.

Cidades-dormitório. O Entorno de Brasília deve ter sua distribuição geográfica alterada com a aprovação da proposta. Quatro distritos em Goiás que funcionam como "cidades-dormitório" buscam emancipação e atendem ao critério populacional definido: Jardim Ingá, em Luziânia, Jardim ABC, da Cidade Ocidental, Lago Azul, do Novo Gama, e Campos Lindos, de Cristalina. Integrante do conselho de emancipação do Jardim Ingá, José Geraldo Silva diz que a questão da segurança é um dos principais problemas da região. "Não há delegado nos fins de semana e falta efetivo". No Jardim ABC, a esperança de crescimento está num empreendimento imobiliário de alto padrão construído na divisa com o Distrito Federal. Para o ex-vereador Fernando Melo, com o empreendimento, a região teria condições de atender à exigência de viabilidade econômica. Em Pernambuco, dos 27 distritos que querem se tornar municípios, 60% não cumprem as igências previstas pela Câmara, estima o deputado Raimundo Pimentel (PSB). Favorável à criação de novos municípios, Pimentel acredita que muitos distritos poderiam ter maior crescimento econômico se emancipados. Ele observa que os últimos municípios pernambucanos criados em 1996, apresentaram maior desenvolvimento. "Lagoa Grande, que era distrito de Santa Maria da Boa Vista, não teria hoje a mesma dimensão como produtor de uva e vinho se não tivesse sido emancipado."

Criação de micromunicípios ampliará distorção em rateio de verbas federal
Daniel Branuoti.

A possível criação de novos municípios noPaís, regulamentada pela Câmara dos Deputados no começo deste mês, terá como efeito colateral uma maior distorção na distribuição de verbas federais para as prefeituras. Com mais cidades, as atuais perderão peso no rateio dos recursos e sustentarão indiretamente a montagem de novas máquinas administrativas.

As regras do Fundo de Participação de Municípios (FPM), principal canal de repasses federais para as prefeituras, incentivam indiretamente o separatismo. Quando uma cidade se divide, as duas resultantes sempre recebem, somadas, mais recursos do fundo do que a prefeitura original.

A vantagem financeira será maior nas cidades com população escassa. Uma área com 15 mil habitantes e que hoje comporta uma única prefeitura poderá até dobrar o recebimento de repasses federais ao se dividir em duas.

A última onda separatista ocorreu após a promulgação da Constituição de 1988. Em dez anos, mais de mil cidades se desmembraram e passaram a ter dii reito a uma cota na distribuição do FPM, formado por parte da arrecadação de tributos federais como o Imposto de Renda e o Imposto sobre Produtos Industrializados.

Prejudicados» A proliferação de prefeituras não trouxe danos às contas da União, já que a composição do FPM continuou a mesma. Mas a distribuição dos recursos mudou de forma radical, provocando perdas para as prefeituras maiores no interior. Mais da metade dos municípios criados na década encerrada em 1990 tinha até 5 mil moradores.

São esses micromunicípios os principais destinatários de recursos da União – e a maioria é altamente dependente desses repasses. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que essas pequenas cidades se "acomodam" com as transferências federais e não buscam arrecadar os impostos locais a que teriam direito.

Quanto menor a prefeitura, maior a ineficiência arrecadatória. A receita tributária própria,

de impostos municipais como IPTU, ISS e ITBI, chega no máximo a 3,5% da arrecadação total nas cidades de até 5 mil habitantes, segundo estudo do pesquisador François Bremaeker, da Associação Transparência Municipal. ,

Critérios »A multiplicação de micromunicípios distorceu tannto a distribuição do FPM que o valor per capita que chegou às cidades de até 2.000 habitantes em 2011 foi, em média, 133 vezes maior do que o repassado para capitais com mais de 5 milhões de moradores.

Cada morador de Borá, cidade de 806 habitantes no interior dw São Paulo, recebeu R$

6,9 mil de repasses federais em 2011. Na capital paulista, a média per capita foi de R$ 17,

Para reduzir o ímpeto separatista, o Congresso aprovou, em 1996, uma emenda constitucional que ampliou as exigências para os desmembramentos. É essa emenda que o Congresso está regulamentando agora. As regras aprovadas pela Câmara, e que ainda precisam passar por votação n0 Senado, estabelecer que, em caso de plebiscito, a consulta tem de envolver toda a população do município, e não apenas a da área que pretende se separar. Também há a éxigência de uma quantidade mínima de moradores nas futuras cidades, que vai de 6.008 nas regiões Norte e Centro-Oeste, a 2.016 no Sudeste.

Ganhos: "Para a população dos distritos que se separam, a criação de um município é vantajosa na maioria dos casos"

François Bremaeker, Economista.

Para relator, projeto evita ‘farras do passado'

Presidente da Frente Parlamentar Mista de Apoio à Criação de Municípios e relator do projeto aprovado pela Câmara na semana passada, o deputado João Augusto Maia (PTB-PE) acredita que os critérios colocados para as novas emancipações evitarão a farra do passado.
Segundo ele, levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado mostrava que dos 4.597 distritos existentes no País somente 240 atenderiam aos critérios populacionais estabelecidos no projeto. Como há ainda a necessidade de comprovação da viabilidade econômica e da votação da maioria em um plebiscito realizado em toda a cidade-mãe, Maia estima que os municípios a serem criados são aproximadamente 150.

O deputado argumenta que a proposta é necessária por não ser correto um "congelamento"" em relação aos municípios. Segundo ele, o desenvolvimento de certas regiões cria necessidades específicas que seriammelhor atendidas por uma estrutura de município próxima dos habitantes. O exemplo mais usado pelos que defendem a aprovação é o do distrito de Castelo dos Sonhos, de cerca de 15 mil habitantes, que fica a quase mil quilômetros de Altamira, sua cidade-mãe.

A realidade em relação às mudanças administrativas muda de acordo com cada região. Em São Paulo, a demanda maior é por desmembramentos, fusões e incorporações. Pelo projeto, regiões que desejam "mudar de cidade" também estariam aptas a fazer esse tipo de projeto.

Maia cita que na região de Paulínia haveria quatro distritos vizinhos que são ligados a outras cidades, Americana e Cosmópolis, e gostariam de mudar de jurísdição. "Acho que esse projeto tem de ser enxergado como um avanço", diz Maia.
 
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11 junho 2013

Uma discussão de Fundo

O que fazer com o Fundo de Participação dos Estados? Mecanismo essencial do federalismo brasileiro, tornou-se um problema que continua à procura de uma solução.

Uma discussão de fundo

Constantino C.Mendes e Antonio Lassance *
Artigo publicado no jornal O Globo, 11 de junho de 2013

O Fundo de Participação dos Estados (FPE) não é apenas um assunto que se arrasta sem solução há mais de três anos. Desde 2010, o STF determinou que houvesse um novo critério de rateio dos recursos do FPE que o transformasse em um instrumento efetivo de diminuição da desigualdade entre os estados. Mas as propostas que tramitam no Congresso ainda estão longe de serem suficientes e adequadas ao pedido feito pelo STF.
 

Os dois critérios mais aventados, os valores absolutos de população e o PIB per capita, apresentam distorção bastante forte para serem admitidos como bons critérios alocativos para o FPE. 
A ideia de que estados mais populosos precisariam de mais recursos esconde uma lógica perversa da concentração de recursos em estados mais desenvolvidos. A Bahia é um exemplo paradigmático, pois hoje recebe mais recursos do FPE e, também, é o estado mais desenvolvido do Nordeste. O PIB per capita, que tem peso inverso na cota do FPE, também não é um bom indicador, nem de pobreza, nem de capacidade tributária.
 

Em contrapartida, o uso de indicadores de população com mais de 10 anos e com renda abaixo de um salário mínimo, incluídos os sem rendimentos, e a parcela do PIB per capita de cada unidade da federação (UF) em relação ao maior PIB per capita do País são indicadores alternativos que permitiriam tornar o FPE uma fonte de incentivo a mais para o objetivo de redução da pobreza e da desigualdade. 
Haveria um maior aporte de recursos para as UFs que ocupam as piores posições no ranking do desenvolvimento nacional, em termos de pobreza e desigualdade. O uso desses indicadores prescindiria inclusive da aplicação do critério de repartição (85%/ 15%) entre as regiões mais pobres e mais ricas, adotado no critério do FPE original e mantido nas propostas apresentadas recentemente. Os Estados que se beneficiariam desses critérios seriam aqueles com a maior proporção de pobres e a maior distância em relação ao PIB per capita mais elevado do país.
 

O apelo constitucional do STF por um desenvolvimento que contemple as dimensões econômica e social precisa de uma resposta que permita avanços nas condições de vida da população. 
Na medida em que tais problemas fossem reduzidos, ao longo do tempo, o FPE passaria a ser cada vez menos um instrumento voltado a resolver constrangimentos socioeconômicos.
 

Os bons critérios são justamente os capazes de expor politicamente situações de pobreza e desigualdade que se mantenham estacionárias. Os governantes seriam confrontados com dados sobre os quais não poderiam tergiversar.
 

Não estariam sendo acusados de terem uma população pequena, nem de menos desenvolvimento que SP, e sim de não reverterem recursos do fundo em melhorias socioeconômicas substantivas. Nada mais justo nem mais importante do que isso para o Brasil dar um bom destino ao seu FPE.

Constantino Cronemberger Mendes e Antonio Lassance são técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.




 

09 maio 2013

Governo ameaça "jogar a toalha" na reforma do principal imposto dos estados, o ICMS

Discussão embolou no Congresso e a proposta original se tornou algo completamente diferente do propugnado.

Enquanto se reclama que o Judiciário  tem extrapolado (e tem), há governadores e parlamentares, principalmente dos estados mais ricos, torcendo para que o tema seja judicializado, se tornando objeto de uma súmula vinculante. 


Uma lição é clara: da próxima vez em que o Governo Federal  quiser mexer no ICMS, ou o chefe do Executivo entra em campo desde o primeiro momento e negocia diretamente com os governadores, ou é melhor nem tocar no assunto. É algo importante demais para ser um assunto pura e simplesmente do Ministério da Fazenda.

Leia mais sobre o problema:

24 abril 2013

Questões centrais para o aprimoramento do federalismo brasileiro

Antonio Lassance (do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA), Roger Leal (secretário-executivo da Secretaria de Assuntos Estratégicos) e Constantino Mendes (IPEA).
 

Março de 2013.

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23 abril 2013

Governos estaduais resistem em reduzir impostos

ICMS é um dos impostos mais pesados e contraproducentes do país. Vai para o caixa dos estados.


Governo federal tenta pressionar estados a unificar ICMS até 4%
Equipe econômica planeja desonerar transporte urbano e etanol

Eliane Oliveira e Martha Beck, O Globo, 22/04/2013


Assombrado com o fantasma da inflação e preocupado em melhorar as condições de competitividade da indústria nacional, o governo federal tenta ganhar apoio dos estados nessa luta. O foco principal é a unificação gradual das alíquotas do ICMS até chegar a 4%. Uma das próximas desonerações previstas pela área econômica é a redução do PIS/Cofins para o setor de transporte urbano e etanol. Mas está nos planos conversar com governadores e prefeitos para que o ICMS e o ISS sejam retirados desses mesmos produtos e serviços.

O governo federal acredita que está fazendo a sua parte no processo de reduzir e simplificar a cobrança de tributos no país, e, nos bastidores, cobra uma ação mais efetiva dos estados. Os técnicos avaliam que as contas de luz, por exemplo, desoneradas na esfera federal no início do ano, poderiam ter caído ainda mais e ajudado a conter a inflação com um esforço dos estados nessa mesma linha. No entanto, os governadores alegam que já tiveram grandes perdas de receita de ICMS com a queda promovida pela União nas tarifas de energia, que têm um peso muito grande na arrecadação do imposto.

- O governo federal está fazendo sua lição de casa. Desonerou a cesta básica, promete trabalhar na redução do PIS e da Cofins sobre diversos produtos, negociou a queda da tarifa de energia, mas eu não vejo os estados com iniciativas nesse sentido - disse o senador Delcídio Amaral (PT-MS), relator do projeto que cria a alíquota única para o ICMS e um dos principais interlocutores do governo federal.

Para o secretário da Fazenda do Estado do Rio, Renato Villela, os estados já estão fazendo a sua parte ao economizarem no pagamento de juros de suas dívidas:

- A maior contribuição que o Rio dá para o controle da inflação é o cumprimento, e até a superação, das metas de superávit primário acertadas com o Tesouro Nacional.

O secretário da Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi, acredita que a forma com que os estados podem colaborar para uma maior competitividade da indústria é investindo na redução do custo, na qualificação de mão de obra, na pesquisa e no desenvolvimento tecnológico. Quanto às medidas para controlar a inflação, Calabi alertou para as consequências de se partir para o artificialismo de preços, casos de energia e combustíveis.

- A inflação é preocupante. Estamos com uma política de consumo muito forte, especialmente em serviços. Mas é perigoso reduzir preços artificialmente, como tivemos de fazer com a energia, porque depois os efeitos podem ser desastrosos - disse.

Conselheiro habitual da presidente Dilma Rousseff, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo acredita que, antes de mais nada, é preciso arrumar o atual sistema fiscal dos estados que, em sua opinião, "é um verdadeiro Frankenstein":

- O país ficou 30 anos sem uma política industrial e investimento em infraestrutura e logística. Para começar, é preciso uma reforma fiscal. Se for mexer só no ICMS, a emenda pode sair pior do que o soneto.

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10 abril 2013

TSE altera número de deputados federais de 13 estados

AL, ES, PB, PE, PI, PR, RJ e RS perderão representação na Câmara.
Aumentará número de deputados de AM, CE, MG, PA e SC.


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça-feira (9), por cinco votos a dois, alterar a quantidade de deputados federais de 13 estados para as eleições de 2014.


COMO FICAM AS BANCADAS DOS ESTADOS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Estado
Atual
Como fica
Acre
8
8
Alagoas
9
8
Amazonas
8
9
Amapá
8
8
Bahia
39
39
Ceará
22
24
Distrito Federal
8
8
Espírito Santo
10
9
Goiás
17
17
Maranhão
18
18
Minas Gerais
53
55
Mato Grosso do Sul
8
8
Mato Grosso
8
8
Pará
17
21
Paraíba
12
10
Pernambuco
25
24
Piauí
10
8
Paraná
30
29
Rio de Janeiro
46
45
Rio Grande do Norte
8
8
Rondonia
8
8
Roraima
8
8
Rio Grande do Sul
31
30
Santa Catarina
16
17
Sergipe
8
8
São Paulo
70
70
Tocantins
8
8
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

O novo cálculo foi feito com base dos dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, a divisão das 513 cadeiras da Câmara tem por base a população dos estados em 1998.

Se algum estado considerar inconstitucional a nova divisão, pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Pelos dados apresentados pelo TSE, os estados de Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul perderão uma cadeira. Paraíba e Piauí perderão dois deputados.

Ganharão mais uma cadeira Amazonas e Santa Catarina. Ceará e Minas Gerais passarão a ter mais dois deputados. O Pará foi o maior beneficiado – passará de 17 cadeiras para 21. O estado de São Paulo continuará com 70 cadeiras.

A decisão, conforme estabeleceu o TSE, terá impacto nas assembleias legislativas e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Discussão no TSE
A proposta aprovada foi apresentada pela ministra Nancy Andrighi, relatora de ação apresentada pela Assembleia Legislativa do Amazonas para que fosse feita a redefinição das cadeiras em razão do aumento populacional de diversos estados. Segundo os dados apresentados, o Amazonas ganhou duas novas cadeiras – de 8 para 10.


A legislação estabelece que a Câmara deve ter 513 deputados. Cada estado deve ter entre 8 e 70 parlamentares, a depender do tamanho da população. A Constituição diz que o número de deputados de cada bancada deve ser definido no ano anterior às eleições.

O caso começou a ser julgado em março de 2012, mas acabou adiado por um pedido de vista (mais tempo para analisar o pedido). O TSE acabou decidindo promover uma audiência pública sobre o assunto em maio do ano passado.


Reportagem: Mariana Oliveira, G1.