A união com o PMN é mais um passo do PPS em direção contrária à sua origem - a sigla agora associada a um partido de centro-direita já foi o Partido Comunista Brasileiro, o Partidão, rebatizado durante o X Congresso do PCB, em janeiro de 1992, quando o PPS foi então criado.
Segundo o "Dicionário histórico-biográfico brasileiro", do Cpdoc da FGV, a própria criação do PPS já envolveu "amplas alterações no conteúdo programático e nas formulações doutrinárias da agremiação". Na época, o deputado federal Roberto Freire foi escolhido o presidente nacional da nova legenda. "Já em seu IX Congresso, realizado em 1991, o PCB havia abandonado alguns de seus antigos dogmas, como defesa da ditadura do proletariado, do centralismo democrático e do partido único (...). Na análise da situação mundial, diferenciava-se de seu antecessor ao admitir o rompimento "com a velha concepção de divisão do mundo em dois sistemas antagônicos"", afirma o Cpdoc.
Ainda em 92, o PPS foi um dos que apoiaram o impeachment de Fernando Collor. Quando Itamar Franco assumiu a Presidência, escolheu Roberto Freire para líder do governo na Câmara. Em 94, porém, quando o PSDB do candidato a presidente de Itamar, Fernando Henrique, aliou-se ao então PFL, hoje DEM, o PPS preferiu apoiar o PT de Lula. No entanto, após a posse de FH, "o PPS voltou a se aproximar do PSDB e de Fernando Henrique", destaca o Cpdoc. E seria o então dirigente nacional do partido Raul Jungmann que FH chamaria para assumir o Ministério Extraordinário da Reforma Agrária.
Em 2005, a sigla, que então apoiava Lula, deixou a base aliada petista, depois de atritos entre Roberto Freire e Ciro Gomes, que tinha sido candidato à Presidência do PPS em 1998 e 2002, e que naquele período participava do Ministério de Lula. Ciro acabaria expulso do partido.
Mais uma guinada para a centro-direita viria, então, em 2010 - quando o PPS foi um dos partidos a integrar a coligação que apoiou o tucano José Serra na disputa pela Presidência.
O Globo, 18/04/2013
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