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28 setembro 2016

Três características têm atraído a atenção dos estudiosos do modelo dinamarquês de desenvolvimento


1. Os padrões elevados de garantia de bem-estar e democracia

2. O elevado nível de bem-estar apoiado em igualmente elevadas taxas de crescimento econômico

3. A atividade econômica e a promoção de capacitações baseadas em estreita conexão entre Estado e organizações/associações da sociedade civil.   

A história dessas interações virtuosas entre mercados competitivos, sociedade civil ativa e Estado forte começa no final do século XIX, quando teve início o apoio oficial a associações voluntárias, bem como inovações institucionais e de políticas públicas, após um histórico de intensos conflitos sociais e políticos e elevadas desigualdades. 


Do artigo de KERSTENETZKY, Celia Lessa; KERSTENETZKY, Jaques. The (Welfare) State as an Actor of Development: A History of Ideas. Dados,  Rio de Janeiro ,  v. 58, n. 3, p. 581-615,  set.  2015 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582015000300581&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  28  set.  2016.  http://dx.doi.org/10.1590/00115258201553.
















O Brasil precisa de uma opinião pública melhor informada, atenta e democrática. Ou será um país de Estado ineficiente, capturado por interesses escusos, com governos fracos, oposição golpista, imprensa hipócrita e pessoas egoístas e intolerantes.
 
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"Se escolheu não tocar muito nos privilégios e tocar muito nos direitos"

Entrevista do pesquisador do Ipea, Marcelo Medeiros.

"Há uma pressão para reduzir gastos e, para essa pressão, pode haver dois caminhos. Poderia ser pelo lado da redução de privilégios ou a redução de direitos. Se escolheu não tocar muito nos privilégios e tocar muito nos direitos".




















O Brasil precisa de uma opinião pública melhor informada, atenta e democrática. Ou será um país de Estado ineficiente, capturado por interesses escusos, com governos fracos, oposição golpista, imprensa hipócrita e pessoas egoístas e intolerantes.
 
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22 setembro 2016

Origem

"Eu acho que essa lei deveria se chamar 
Maria da Penha" 
(Lula, há 10 anos, ao sancionar a Lei que se tornaria famosa
 justamente com esse nome).


BBC Brasil conta a história da lei e da pessoa que a inspirou. 


A história da lei também deve muito ao ex-deputado federal Mário Mamede Filho



Receita internacional para melhorar a qualidade da educação


aumentar o salário dos professores e reduzir o tamanho das turmas


                                                                                                             
Comprovadamente, a  proporção  entre  o  número  de  alunos  e  o  corpo  docente  (razão  aluno/professor)  é  um  indicador importante do nível de recursos empregados na educação e uma variável central de qualidade do ensino.

A outra é a capacidade da carreira de atrair bons profissionais. Para isso, não há lugar para tergiversação. A solução chama-se salário.

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) indica que o salário dos professores é uma medida ainda mais efetiva para melhorar os resultados dos alunos. Japão e Coreia, que possuem desempenho no PISA acima da média mundial, mostram níveis de gastos mais altos e colhem melhores resultados que os demais países.


Leia o resumo do estudo da OCDE.
















O Brasil precisa de uma opinião pública melhor informada, atenta e democrática. Ou será um país de Estado ineficiente, capturado por interesses escusos, com governos fracos, oposição golpista, imprensa hipócrita e pessoas egoístas e intolerantes.
 
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10 setembro 2016

Quem não conhece Paulo Freire não sabe o que está perdendo


e quem detesta Paulo Freire não sabe o que está falando 

Sua pedagogia prima pela autonomia do educando na construção dos saberes


Artigo de Paulo Cavalcante e Yllan de Mattos na Revista de História da Biblioteca Nacional.  


“Chega de doutrinação marxista. Basta de Paulo Freire”. Espanto geral. O que o nome do educador Paulo Freire estaria fazendo em uma manifestação contra a presidente Dilma Rousseff e o PT? 

Era março de 2015, e os protestos se davam no rastro da crise econômica, da desarticulação política das bases de sustentação do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff e da corrosão de sua credibilidade. Mas a caixa de Pandora da vida política nacional havia sido destampada dois anos antes, nas manifestações de 2013, que liberaram das conhecidas amarras cordiais os males do autoritarismo, do ódio, da intolerância, do preconceito e do desapreço à democracia.

Haveria na obra de Paulo Freire alguma mensagem capaz de autorizar tamanha indignação e reprovação?

“Doutrinador” é aquele que prega, instrui, incute em alguém uma crença, um ponto de vista ou um princípio sectário, ou seja, realiza uma transferência de conteúdos, de si para o objeto de sua doutrinação. Nada está mais distante do pensamento pedagógico de Paulo Freire do que isto. Ele repele com contundência qualquer procedimento doutrinador: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”, escreveu em Pedagogia da autonomia.

Suas recomendações sobre os saberes necessários à prática educativa são claras. Desde logo, e sempre, a prática: “A educação como prática da liberdade, ao contrário daquela que é prática da dominação, implica na negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo, assim como também na negação do mundo como uma realidade ausente de homens”, ensinou em Pedagogia do oprimido. O homem em suas relações com o mundo. Este é o pressuposto de toda compreensão e de toda ação educativa capaz de promover a autonomia e a libertação das pessoas. Não é que o mundo seja necessariamente uma prisão. Ele até pode ser, e muitas vezes é. O que importa aqui é pôr o homem em seu contexto, rompendo o aparente curso natural das coisas e identificando o conjunto de suas relações. Colocadas em perspectiva, elas se reconfiguram e geram conhecimento histórico sobre si e sobre o mundo, para si e para o mundo.

Promover a tomada de consciência e a transformação do indivíduo em sujeito qualificado de sua própria história: eis a prática (práxis) educativa de Paulo Freire. Ele assim o diz, sobre si mesmo, em Educação como prática da liberdade: “Todo o empenho do Autor se fixou na busca desse homem-sujeito que, necessariamente, implicaria em uma sociedade também sujeito. Sempre lhe pareceu, dentro das condições históricas de sua sociedade, inadiável e indispensável uma ampla conscientização das massas brasileiras, através de uma educação que as colocasse numa postura de autorreflexão e de reflexão sobre o seu tempo e espaço. (...) Autorreflexão que as levará ao aprofundamento consequente de sua tomada de consciência e de que resultará sua inserção na História, não mais como espectadoras, mas como figurantes e autoras”.

Onde encontrar o ímpeto doutrinador em alguém que, em vez de pregar e impor, pergunta e escuta para compreender? Quando Paulo Freire retornou ao Brasil, em agosto de 1979, uma avalanche de repórteres cercou-o para saber sua opinião sobre a situação do país na época. Ele respondeu: “Vim  para reaprender o Brasil e, enquanto estiver no processo de reaprendizagem, de reconhecimento do Brasil, não tenho muito a dizer. Tenho mais o que perguntar”. Sua atitude, antes de ser dogmática e taxativa, demonstra uma abertura irrestrita para o mundo, como aprendiz. 

A chave para compreendermos a acusação de “doutrinador marxista” contra Paulo Freire não está em sua obra. Encontra-se na mentalidade daqueles que produziram a mensagem, em sua compreensão estreita do que é educação e do que é ensinar. Essas pessoas acreditam piamente no mito da neutralidade da ação docente, segundo o qual o professor não tem cara, não tem lado, não toma partido, não pensa nem intervém de modo transformador na realidade social. Para elas, o professor deve estar unicamente comprometido com a sagrada missão de transmitir conteúdos anonimamente escolhidos, aparentemente desinteressados e oficialmente listados. Conteúdos supostamente eficazes, pragmáticos e destinados a aplacar a sanha competitiva por boas posições escolares e universitárias que tenham o condão de assegurar condições ideais de disputa nas escassas oportunidades de uma sociedade excludente. Na verdade, o acusador grita contra o espelho. É ele, e não Paulo Freire, quem prega a doutrinação. Qual? Diríamos, sem medo de errar: a “doutrinação bancária”, aquela que transfere “ao outro, tomado como paciente de seu pensar, a inteligibilidade das coisas, dos fatos, dos conceitos”.

O caminho da autonomia e da liberdade aberto por Freire não foi concebido para o educando como doação de uma inteligência superior que se compraz na realização daquilo que considera ser o bem, ou seja, como alguém (sujeito) que sabe o que é melhor para o outro (objeto). A grandeza do pensamento de Freire está na redução da distância em relação ao educando, na disponibilidade para escutá-lo em suas diferenças, na abertura de dialógica para a transformação recíproca: são dois sujeitos em troca aberta, franca e transformadora. Enfim, o caminho é partilhado com o educando: “Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. (...) A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser”.

A mentalidade conservadora dos acusadores rechaça a dimensão política da pedagogia concebida e posta em prática por Paulo Freire. “Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica”, esclarece o educador. É por conta disso, provavelmente, que a mensagem no protesto decide ir além de uma doutrinação qualquer, e a qualifica: Freire estaria ligado a uma “doutrinação marxista”. Talvez sem saber, o acusador reedita uma crítica conservadora muito antiga contra Paulo Freire, baseada no fato de que seu trabalho é tão pedagógico como político. Mas é isso mesmo. Como afirmou Moacir Gadotti, o educador é político enquanto educador e o político é educador pelo próprio fato de ser político. Freire complementa: “seria uma ingenuidade reduzir todo o político ao pedagógico, assim como seria ingênuo fazer o contrário. (...) quando se descobre uma certa e possível especificidade do político, percebe-se também que essa especificidade não foi suficiente para proibir a presença do pedagógico nela. Quando se descobre por sua vez a especificidade do pedagógico, nota-se que não lhe é possível proibir a entrada do político”.

Quanto à alcunha de “marxista”, pretensamente desqualificadora, é preciso dizer que Paulo Freire jamais deixou de destacar o papel emancipatório atribuído por Karl Marx à ciência e à pesquisa. Além disso, juntamente com outros intelectuais marxistas, como Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho, o educador não só foi crítico de posições dogmáticas e mecanicistas, como reconheceu o valor universal da democracia e lutou intensamente para o seu desenvolvimento no Brasil. Sobre os confrontos em torno do seu legado, o próprio Marx certa vez disse: “O diabo os leve! O que sei é que eu não sou marxista”.

A pedagogia de Paulo Freire é radical, isto é, vem da e vai à raiz das coisas. Privilegia a cultura, os saberes e os valores dos educandos como ponto de partida e chegada de uma educação como prática da liberdade e da transformação. Quando lecionou a primeira aula em Angicos, no interior do Rio Grande do Norte, em 1963, Freire falou sobre o universo que cercava os estudantes: a leitura do mundo precede a leitura da palavra. No quadro negro, não escreveu “Ivo viu a uva”. Escreveu coisas oriundas daquele cotidiano popular, como “tijolo”. De imediato, o educando reconheceu-se naquela palavra e naquele contexto. Nada mais lhe era alheio: ele havia se tornado sujeito da aula. 

Esse encontro cultural acolheu e inseriu o educando, abrindo o caminho para a sua transformação. Por isso mesmo, é um ato político em seu sentido histórico: a discussão da polis em que vivemos e na qual queremos viver. Este talvez seja um dos pontos centrais da famosa citação do educador, replicada nas redes sociais como resposta dada pela Unesco ao cartaz levantado contra Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”.

Paulo Cavalcante é professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e do Mestrado Profissional em Ensino de História em Rede Nacional – ProfHistória.
Yllan de Mattos é professor da Universidade Estadual Paulista e autor de A Inquisição Contestada (Mauad-X/Faperj, 2014).

Saiba Mais

GADOTTI, Moacir; FREIRE, Paulo & GUIMARÃES, Sérgio. Pedagogia: diálogo e conflito. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2006. 
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 20. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 24. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 44. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.















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08 setembro 2016

Soft power loves soft coup






 The Free-Marketeers Take Over in Brazil - and the US Applauds Washington has been preparing for the inevitable “social explosions” by tripling Pentagon spending on special operations in Latin America.


The Nation informs that 

"the White House sent clear signals that it viewed the blatant manipulations against Rousseff by her political opponents as legitimate, including by hosting a key architect of the coup in Washington and by sending Secretary of State John Kerry to Brazil to legitimize Rousseff’s tormentors."











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07 setembro 2016

Hino popular brasileiro

Mais conhecido como Aquarela do Brasil.

Composto por Ary Barroso em 1939, cantado pela primeira vez por Francisco Alves, a música ganhou versões de Carmem Miranda, Elis Regina, João Gilberto e Gal Costa. No exterior, foi executado por Xavier Cougat, Frank Sinatra, Ray Conniff e no desenho animado da Disney, com o Zé Carioca.

Ouça "Aquarela do Brasil" (programa Curta Musical, da Rádio Senado).

A música é exemplo do chamado samba-exaltação, o que rendeu a Barroso acusações de fazer apologia não do Brasil, mas do presidente Getúlio Vargas, que governou o país ditatorialmente durante o regime apelidado de "Estado Novo". As críticas a Ary caíram por terra e foram enterradas pelo passado. Basta ver que a Aquarela de Ary Barroso tornou-se um verdadeiro hino popular do Brasil.

Versão original, com Francisco Alves (1939)



Letra:
Brasil
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Ah, abre a cortina do passado
Tira a Mãe Preta,do serrado
Bota o Rei Congo, no congado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Deixa, cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a Sa Dona, caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Brasil
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Ah, ouve essas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah, este Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil, brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Fonte: Vagalume


Biografia de Ary Barroso (1903-1964)


Fonte: Livro 100 Brasileiros (2004) 
O compositor mais representativo da era do rádio e o maior nome do samba-exaltação teve um começo difícil. Filho de um advogado e cantor de modinhas, Ary Barroso ficou órfão aos 7 anos e foi criado pelas tias-avós, que queriam fazê-lo pianista de concerto, obrigando o menino a praticar três horas por dia. Aos 12, em 1915, já trabalhava no cinema de Ubá (MG), acompanhando ao piano os filmes mudos exibidos. Aos 18, ganhou uma pequena herança e partiu da cidadezinha mineira para estudar Direito no Rio de Janeiro. Levou nove anos para se formar e nunca exerceu a profissão. Para se sustentar, tocava piano em cinemas e cabarés, na época em que o teatro musical estava em ascensão. Acabou seduzido pela boemia carioca.

Em 1930, Ary ganhou o primeiro prêmio de concurso carnavalesco com a marcha Dá Nela. Nos anos seguintes, compôs Vamos deixar de intimidade, Faceira, Rancho Fundo (com letra de Lamartine Babo) e Camisa Amarela. Depois veio a fase em que recorreu ao pitoresco e ao sentimento patriótico, em composições de grande sucesso no exterior, como Na Baixa do Sapateiro e No Tabuleiro da Baiana.
Ary Barroso (1903-1964), foi um dos maiores compositores de MPB e escreveu músicas que se tornaram eternas.

    Ary Barroso (1903-1964), foi um dos maiores compositores de MPB e escreveu músicas que se tornaram eternas

Composto em 1939, em pouco tempo o samba-exaltação, Aquarela do Brasil passou a figurar como hino nacional alternativo. Foi gravado centenas de vezes em todo o mundo, a primeira delas, na voz de Francisco Alves, com arranjo de Radamés Gnattali.

Em 1933, Ary conseguiu emprego na Rádio Philips e descobriu sua vocação para comandar programas de sucesso, o que faria mais tarde também na televisão, com Calouros em Desfile e Encontro com Ary. Intransigente com quem tivesse gosto ou opinião musical diferentes dos seus, seus programas revelaram nomes que fariam história na música brasileira, como Lúcio Alves, Luiz Gonzaga, Elza Soares e Elizeth Cardoso.

Ary era temido pelos calouros, de quem exigia que só cantassem músicas nacionais, a única exceção foi Dolores Duran, que cantou em inglês na Hora do Calouro. Ainda na década de 30, Ary Barroso começou a trabalhar como locutor esportivo, profissão até então enfadonha e burocrática, que nunca mais foi a mesma depois que Ary deu um tom emocional à transmissão dos jogos, sem disfarçar sua torcida pelo Flamengo, cujos gols comemorava, no ar, com uma gaitinha de boca.

Em 1944, visitou os Estados Unidos, musicando o filme Você já foi à Bahia?, de Walt Disney, o que lhe valeu o diploma da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood. Como compositor, retornou, nos últimos anos, aos temas familiares e cotidianos de sua primeira fase, em sambas como, Folha Morta, Ocultei e Risque. Em 1955, junto com Heitor Villa-Lobos, recebeu a Ordem Nacional do Mérito. Ao todo, Ary Barroso compôs 264 canções.


 
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06 setembro 2016

Meu caro amigo me perdoe, por favor


mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá de TEMER
a gente vai levando de teimoso e de pirraça






     

Meu Caro Amigo - Chico Buarque de Hollanda

( Francis Hime / Chico Buarque )

Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando, que também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo pessoal
Adeus







 
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05 setembro 2016

Ignorância, cinismo ou incitação à violência pura e simples?

Estadão e Folha pedem mais repressão e jornalistas são vítimas de ataques da polícia de forma abertamente hostil, antidemocrática, próprias de um Estado policial.

                                                         

Pedido de tratamento duro contra movimentos "Fora, Temer!" mostra que a índole ditatorial continua firme e forte na cabeça dos editorialistas de plantão desses jornais.


Não sei se por ignorância ou cinismo, a senhora ignorou o fato de a Alemanha nazista não ter sido criada pelos "fanáticos da violência". Como bem lembrou Bruno Torturra, a Alemanha nazista se consolida quando Hitler culpa os tais baderneiros pelo incêndio do Reichstag e cria um Estado de exceção com o objetivo de "reprimir baderneiros" – igualzinho a senhora tá pedindo.
(Gregório Duvivier, reclamando: Dona Folha, tá dificil te defender)


'Sai, lixo'
Repórter da BBC Brasil é agredido por policiais durante cobertura de protesto em SP. 


Identificado com colete e crachá da BBC Brasil, levantei minhas mãos e me identifiquei como imprensa. Mesmo assim, os policiais avançaram contra mim enquanto gritavam para eu sair da frente.










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02 setembro 2016

Quatro cientistas políticos analisam (e divergem sobre) o cenário político nacional




"Acho que o impeachment vai marcar um momento de um processo de disputa continuada que, na minha opinião, deve continuar até pelo menos 2018. Por um lado, grupos significativos de forças políticas e sociais não vão aceitar o governo Temer pela natureza do impeachment, não vão aceitar pela mudança programática que ele operou em relação ao programa eleito e por ser um programa antidireitos sociais."  

Leonardo Avritzer é cientista político (UFMG) e presidente da ABCP. Ele acaba de publicar o livro Impasses da Democracia no Brasil  







"O presidencialismo de coalizão no Brasil vai voltar ao padrão"... "as demandas da sociedade que são mais pulverizadas terão mais difícil acesso entre os partidos que vão fazer parte da coalizão." 

Carlos Pereira é cientista político (FGV­RJ) 








"Você tem um jogo que dá ao PT ainda um grande capital político"... "Mesmo que venham algumas derrotas ou o fato de o Lula não ter muito tempo mais na cena política (ele já tem 70 anos), o legado de Lula talvez seja um legado ainda maior quando ele deixar o cenário. Provavelmente o PT terá grandes derrotas em 2016 e talvez em 2018, e o melhor a fazer agora é esperar a onda passar. Pode se estilhaçar se as lideranças saírem do partido. Agora é hora talvez de o PT reorganizar suas bases." 

Bruno Wanderley Reis é especialista em sistemas eleitoras e financiamento de campanha da UFMG  




"[Um] sucesso do Temer é uma maldição para o PSDB. A possibilidade de Temer ser candidato em 2018 não está descartada e inviabilizaria as pretensões do PSDB, a não ser que ele decida integrar uma eventual chapa com o PMDB. Portanto, a meu ver, esse cenário de impedimento da Dilma Rousseff e crise do PT e, por outro lado, uma possibilidade de o PMDB concorrer em 2018 praticamente enterra qualquer polarização. Estamos nos aproximando do cenário de 1989, com a possibilidade de muitas candidaturas. Estamos, por outro lado, vivenciando o fim da era Lula e da força que PT teve como um dos grandes organizadores das disputas eleitorais junto com o PSDB" 

Jairo Nicolau é especialista em sistemas partidários da UFRJ






Leia a matéria completa com as entrevistas dadas ao jornalista Fábio Vasconcellos (O Globo, 01/09/2016) (arquivo pdf).
















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01 setembro 2016

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação quer fazer um alerta



querem diminuir os recursos da Educação, sorrateiramente, por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016.







Quem explica é o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.






Leia o que a Exposição de Motivos enviada pelo Executivo diz:
"Um desafio que se precisa enfrentar é que, para sair do viés procíclico da despesa pública, é essencial alterarmos a regra de fixação do gasto mínimo em algumas áreas. Isso porque a Constituição estabelece que as despesas com saúde e educação devem ter um piso, fixado como proporção da receita fiscal. É preciso alterar esse sistema, justamente para evitar que nos momentos de forte expansão econômica seja obrigatório o aumento de gastos nessas áreas e, quando da reversão do ciclo econômico, os gastos tenham que desacelerar bruscamente. Esse tipo de vinculação cria problemas fiscais e é fonte de ineficiência na aplicação de recursos públicos." (Leia o texto completo - PEC 241/2016)









Acompanhe a tramitação dessa péssima ideia.




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“O impeachment de Collor uniu o país. O impeachment de Dilma dividiu o país” (Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil)









As fotos do Fora Collor (1992) e as de 2016 deixam a diferença estampada.










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