Páginas

02 setembro 2016

Quatro cientistas políticos analisam (e divergem sobre) o cenário político nacional




"Acho que o impeachment vai marcar um momento de um processo de disputa continuada que, na minha opinião, deve continuar até pelo menos 2018. Por um lado, grupos significativos de forças políticas e sociais não vão aceitar o governo Temer pela natureza do impeachment, não vão aceitar pela mudança programática que ele operou em relação ao programa eleito e por ser um programa antidireitos sociais."  

Leonardo Avritzer é cientista político (UFMG) e presidente da ABCP. Ele acaba de publicar o livro Impasses da Democracia no Brasil  







"O presidencialismo de coalizão no Brasil vai voltar ao padrão"... "as demandas da sociedade que são mais pulverizadas terão mais difícil acesso entre os partidos que vão fazer parte da coalizão." 

Carlos Pereira é cientista político (FGV­RJ) 








"Você tem um jogo que dá ao PT ainda um grande capital político"... "Mesmo que venham algumas derrotas ou o fato de o Lula não ter muito tempo mais na cena política (ele já tem 70 anos), o legado de Lula talvez seja um legado ainda maior quando ele deixar o cenário. Provavelmente o PT terá grandes derrotas em 2016 e talvez em 2018, e o melhor a fazer agora é esperar a onda passar. Pode se estilhaçar se as lideranças saírem do partido. Agora é hora talvez de o PT reorganizar suas bases." 

Bruno Wanderley Reis é especialista em sistemas eleitoras e financiamento de campanha da UFMG  




"[Um] sucesso do Temer é uma maldição para o PSDB. A possibilidade de Temer ser candidato em 2018 não está descartada e inviabilizaria as pretensões do PSDB, a não ser que ele decida integrar uma eventual chapa com o PMDB. Portanto, a meu ver, esse cenário de impedimento da Dilma Rousseff e crise do PT e, por outro lado, uma possibilidade de o PMDB concorrer em 2018 praticamente enterra qualquer polarização. Estamos nos aproximando do cenário de 1989, com a possibilidade de muitas candidaturas. Estamos, por outro lado, vivenciando o fim da era Lula e da força que PT teve como um dos grandes organizadores das disputas eleitorais junto com o PSDB" 

Jairo Nicolau é especialista em sistemas partidários da UFRJ






Leia a matéria completa com as entrevistas dadas ao jornalista Fábio Vasconcellos (O Globo, 01/09/2016) (arquivo pdf).
















O Brasil precisa de uma opinião pública melhor informada, atenta e democrática. Ou será um país de Estado ineficiente, capturado por interesses escusos, com governos fracos, oposição golpista, imprensa hipócrita e pessoas egoístas e intolerantes.
 
Para seguir o blog e receber postagens atualizadas, use a opção "seguir", ao lado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar.