Os Estados Unidos da Carne Vermelha

A obsessão por hambúrgueres é inseparável do sistema econômico que os traz à nossa mesa.


Joshua Specht mostra, em A República da Carne Vermelha (Red Meat Republic), como a ampla disponibilidade de carne bovina está há muito tempo profundamente ligada à expansão do comércio e do poder dos Estados Unidos. 

Enquanto a pecuária e o empacotamento transformavam a economia no final do século XIX, os Estados Unidos adquiriram novos territórios, o aparato estatal cresceu e os americanos passaram a esperar carne barata e abundante. 

Nosso desejo por hambúrgueres é inseparável do sistema econômico que criamos. Segue-se que apenas um desafio mais amplo ao sistema poderia alterar nossos padrões de consumo, mesmo que o "filé mignon" dessa alteração seja a preocupação com o modo como as vacas são tratadas ou o que os humanos devem comer.

Trecho da resenha de SAMUEL MOYN no New Republic, 7 de maio de 2019.

Joshua Specht shows in Red Meat Republic, the wide availability of beef has long been deeply entwined with the expansion of American commerce and power. As cattle ranching and meat-packing transformed the economy in the late nineteenth century, the United States acquired new territories, the apparatus of the state grew, and Americans came to expect cheap and plentiful meat. Our desire for hamburgers is inseparable from the economic system we have set up. It follows that only a broader challenge to the system could alter our patterns of consumption, even if your main beef with those patterns is concerns with how cows are treated or what humans ought to eat. 


From SAMUEL MOYN's book review, New Republic, May 7. 

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