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23 outubro 2017

Da polícia à política: estudo de candidatos e eleitos à Câmara dos Deputados do Brasil provenientes das forças repressivas do Estado


Artigo do cientista político Adriano Codato e da socióloga Fabia Berlatto investiga quem são, de onde vêm e para que partidos vão os candidatos a deputado federal das forças de segurança do Estado brasileiro. 

Segundo os autores, "a filiação a pequenos partidos e a partidos fisiológicos representa a intenção de se diferenciar dos políticos profissionais e do estilo de política que esses últimos praticam".


No entanto, os candidatos acabam engrossando as fileiras de partidos fisiológicos que são apenas menos evidentes entre os que mais se notabilizaram por escândalos, não por serem partidos imunes a práticas corruptivas, mas por serem menos acionados e envolvidos justamente por sua baixa relevância.


Os dados do estudo "indicam uma forte oscilação entre os grandes partidos de direita, os pequenos partidos de direita e os partidos fisiológicos entre uma eleição e outra." 

"Entre 1998 e 2014, por exemplo, a porcentagem de candidatos das forças nos partidos fisiológicos passou de 10% para mais de 30%. 

Essa oscilação permitiu perceber ao menos duas características do grupo: a primeira é que há uma forte “infidelidade partidária” entre os candidatos oriundos das forças de segurança. 

Para os autores, essa “infidelidade partidária” está ligada a quatro fatores: 
1) O primeiro é o fator legal, ou seja, ao impedimento constitucional de militares se filiarem a partidos políticos, exceto depois que são consagrados candidatos. 

2) O segundo fator diz respeito à estratégia política dos pequenos partidos fisiológicos em lançar muitos candidatos, inflacionando suas nominatas. 

3) O terceiro fator, que pode explicar a presença de candidatos com esse perfil também em partidos de esquerda ou mesmo de centro, tem a ver com demandas por reformas nas estruturas das polícias. 

4) O quarto fator diz respeito à posição que assumem contra a política, os políticos e os partidos." 


Leia o artigo.
















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