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30 setembro 2014

Os três patéticos comentam o discurso de Dilma na ONU


"Já imaginou se nossa política externa fosse comandada por um time como Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli e Reinaldo Azevedo
A única dúvida seria a de onde estariam nossas tropas na semana que vem".





 
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29 setembro 2014

Bloqueio a Cuba não ajuda em nada

Quem diz é Hillary Clinton:

“Ao terminar meu mandato, pedi ao presidente Obama que reconsiderasse nosso embargo contra Cuba. Não cumpre nenhuma função e obstrui nossos projetos com toda America Latina”. 



Fonte: Jornal GGN.


 
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28 setembro 2014

Collor e Marina: apenas coincidências?

Falar em nova política e se aliar a velhas raposas;
Tratar o combate à corrupção como uma questão pessoal, e não institucional;
Simular um afastamento dos políticos e dos partidos, enquanto envia emissários para fazer acordos inconfessados;
Ter a imprevisibilidade como marca e uma total incapacidade de dizer claramente como fazer e com quem governar;
Contar com a ajuda explícita da mídia tradicional e dos bancos.












 
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O modelo de desenvolvimento proposto por Lula e Dilma

"O objetivo maior da estratégia de desenvolvimento socioeconômico de longo prazo dos dois governos, e inédito no Brasil, tem sido a inclusão e a proteção social, com radical redução da pobreza e igualdade de oportunidades para todos".
(Ricardo Bielchowsky.)


Fonte: Jornal GGN 





 
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25 setembro 2014

Votos em branco e nulo não influenciam resultado da eleição, esclarece ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)



Nenhum deles (branco ou nulo) entra na conta dos votos para a definição dos eleitos. 

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Henrique Neves informa quais os efeitos que os dois tipos de manifestação apresentam, na prática.

Ouça a entrevista.


 
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20 setembro 2014

Respeito ao indeciso


"Boa parte do eleitorado inicialmente menos interessado e informado, justamente por dispor de menos preconceitos, abre-se à informação e à argumentação alheia. Sua ignorância prévia faz-lhe desconfiar dos convictos agressivos, tornando-lhe mais racional do que os dotados de excessivas certezas".

Análise do Cláudio Couto sobre o "paradoxo da despolitização".

Interessante, mas romantiza a despolitização, pois ela também pode ser (normalmente é) fonte de preconceitos.

Despolitização também nunca significou ausência de interesses próprios e, muitas vezes, de uma racionalidade rasteira. O eleitor que vende o voto é um caso clássico de despolitização e "racionalidade" - não a racionalidade de argumentos, mas a do custo-benefício imediato.





Respeito ao indeciso é bom. Mas daí a tratar o indeciso como o melhor dos eleitores, o mais "racional", vai uma grande diferença.




Fonte:: Estadão, 20/9/2014.




 
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16 setembro 2014

Em 11 anos, Brasil reduz a pobreza extrema em 75%

Segundo a ONU, em todo o mundo, o Brasil foi o país que mais conseguiu avanços no combate à fome e na redução das desigualdades, mas ainda há pelo menos 16 milhões de pessoas vivendo na miséria (com menos de US$2 por dia).

Relatório completo da ONU (FAO).
Reportagem do Estadão.



 
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14 setembro 2014

Maior escândalo de corrupção da História do Brasil foi a privataria tucana

Compare os números e questione até que ponto o alarido em torno do mensalão (AP 470) e, agora, sobre a Petrobrás, não se prestam ao infame papel de distorcer a compreensão sobre essa página infeliz de nossa história. 











 
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11 setembro 2014

Políticas públicas, administração e regulação




"O domínio efetivo, que não se manifesta nos discursos parlamentares nem em declarações de monarcas, mas sim no cotidiano da administração" (Max Weber).


ABRUCIO, Fernando Luiz. O impacto do modelo gerencial na Administração Pública: um breve estudo sobre a experiência internacional recente. Cadernos ENAP n. 10. Brasília: Fundação Escola Nacional de Administração Pública - ENAP, 1997. Disponível em http://www.enap.gov.br/downloads/ec43ea4fAbrciocad%2010.pdf

AVRITZER, Leonardo. O Papel da Participação nas Políticas Sociais do Governo Federal. SILVA, Fabio de Sá e, LOPEZ, Felix Garcia e PIRES, Roberto Rocha C.  (orgs). In: Estado, Instituições e Democracia: democracia - Volume 2 / Brasília, 2010. Disponível em http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/livro09_estadoinstituicoes_vol2.pdf

BEVIR, Mark. Governança democrática: uma genealogia. Revista de Sociologia e Política, Vol. 19, No 39: 103-114 JUN. 2011. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v19n39/a08v19n39.pdf 

CARDOSO JR., José Celso. A hora e a vez da retomada do planejamento estratégico governamental no Brasil. Brasília: IPEA, Boletim de Análise Político-Institucional, n. 2, 2012, pp. 39-44. Disponível em http://goo.gl/pa9wFh

CARNEIRO e MENICUCCI. Gestão pública no século XXI: as reformas pendentes. Texto para Discussão 1686. Brasília: IPEA, dezembro de 2011. Disponível em http://goo.gl/irLj41 

CARVALHO, Eneuton D. P. O aparelho administrativo brasileiro: sua gestão e seus servidores: de 1930 aos dias atuais. In: CUNHA, Alexandre S., MEDEIROS, Bernardo A. e AQUINO, Luseni M. C. (orgs). Estado, instituições e democracia: República. Brasília: IPEA, 2010. Projeto Perspectivas do Desenvolvimento Brasileiro, livro 9, Volume 1. pp.  343-386. Disponível em http://goo.gl/gpfTdg

FRANZESE, Cibele. Federalismo cooperativo no Brasil: da Constituição de 1988 aos sistemas de políticas públicas. S. Paulo: FGV, 2010. 210f. Tese de doutoramento. Disponível em: http://goo.gl/ylWO0q

LASSANCE, Antonio. Poder Executivo: configuração histórico-institucional. In: MEDEIROS, Bernardo A. e AQUINO, Luseni M. C. (orgs). Estado, instituições e democracia: República. Brasília: IPEA, 2010. Projeto Perspectivas do Desenvolvimento Brasileiro, livro 9, Volume 1, cap. 2, pp.  65-95. Disponível em http://goo.gl/gpfTdg

LASSANCE, Antonio. Federalismo no Brasil: trajetória institucional e alternativas para um novo patamar de de construção do Estado. In: LINHARES, Paulo de Tarso, CRONEMBERGER, Constantino e LASSANCE, Antonio (organizadores). Federalismo à brasileira: questões para discussão. Brasília/Rio de Janeiro: IPEA, 2013, pp. 23-36. Disponível em http://goo.gl/NwgvP5

Open Government Partnership (OGP). What’s in the New OGP National Action Plans? An Overview of Commitments from 35 OGP Countries  http://www.opengovpartnership.org/sites/default/files/OGP-Whats-in-the-New-OGP-NAPs-report-web.pdf

PETERS, B. G. Os dois futuros do ato de governar: processos de descentralização e recentralização no ato de governar. Revista do Serviço Público (RSP) 59 (3). Brasília: Escola Nacional de Administração Pública,  Jul-Set 2008, p. 289-307. Disponível em http://goo.gl/oYLPZe

PIRES, Roberto e VAZ,  Alexandre. Participação social como método de governo? Um mapeamento das "interfaces socioestatais" nos programas federais. Texto de Discussão. Ipea: Rio de Janeiro, fevereiro de 2012. Disponível em http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1707.pdf

TEIXEIRA, Marco A. C. Estado, governo e administração pública. Rio de Janeiro: FGV, 2012. Cap. 3, pp. 59-100. Disponível em http://goo.gl/Sjaexc

SOUZA, Maria do Carmo Campello. Estado e partidos políticos no Brasil (1930 a 1964). São Paulo, Alfa-Omega, 1983. Disponível em http://goo.gl/vy0pz9


WEBER, Max. Economia e sociedade. Brasília: Universidade de Brasília: São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1999. Vol. 2. pp. 525-560. Disponível em http://goo.gl/Gmdx5c



Imagens da burocracia


Sushma Prasad, escriturária assistente na sede do governo do estado de Bihar, na Índia. Ela foi contratada depois que seu marido, que trabalhava no mesmo departamento, faleceu. Retratada na coletânea do holandês Jan Banning. Fonte: BBC.

Cena do filme Playtime (1967), do comediante francês Jacques Tati. Os burocratas em suas caixinhas. Uma análise sobre imagens da burocracia na literatura e no cinema está em no artigo Literature and Bureaucracy, de Tim Parks (New York Times)


Welfare state (Estado de bem estar social)

Social Welfare History 





 
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KCEA Jazz radio

KCEA player 

(click here to open)

The Big Bands are back!    

Big bands flourished through the Great Depression (the 1930s). 

During World War II jazz was used to lift the morale of American troops.

It also helped to overcome segregation, because many of the most famous big bands were fully integrated by black musicians or mixed. 

They served to spread some cultural patterns all over the world, along with cinema and cartoons.   
 
Big bands provided some great musical standards. Most important: it is fabulous music.


In the cartoon above, Count Basie, Benny Goodman (middle) and Artie Shaw (at the right, also with the clarinet).

Experience jazz in your life!


Now playing






 

 






10 setembro 2014

Governo aberto

Biblioteca da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).


“El Gobierno Abierto surge como un nuevo paradigma y modelo de relación entre los gobernantes, las administraciones y la sociedad: transparente, multidireccional, colaborativo y orientado a la participación de los ciudadanos tanto en el seguimiento como en la toma de decisiones públicas, a partir de cuya plataforma o espacio de acción es posible catalizar, articular y crear valor público desde y más allá de las fronteras de la burocracias estatales.”

Ramírez Alujas,

"Gobierno Abierto se trata de una nueva cultura de la comunicación, un nuevo modelo organizativo y la liberación del talento creativo dentro y fuera de los perímetros de la función pública. No hablamos solo de tecnología, sino de una tecnología social y relacional que impulsa y estimula una cultura de cambio en la concepción, gestión y prestación del servicio público."

Gutiérrez-Rubí, Antoni (2011)

 “Un gobierno abierto, es un gobierno que abre sus puertas al mundo, co-innova con todos, especialmente con los ciudadanos; comparte recursos que anteriormente estaban celosamente guardados, y aprovecha el poder de la colaboración masiva, la transparencia en todas sus operaciones, y no se comporta como un departamento o jurisdicción aislada, sino como una estructura nueva, como una organización verdaderamente integrada y que trabaja en red.”

Don Tapscott (2010)

“Aquel que entabla una constante conversación con los ciudadanos con el fin de escuchar lo que ellos dicen y solicitan, que toma decisiones basadas en sus necesidades y teniendo en cuenta sus preferencias, que facilita la colaboración de los ciudadanos y funcionarios en el desarrollo de los servicios que presta, y que comunica todo lo que decide y hace de forma abierta y transparente”

Calderón y Lorenzo, (2010)

Álvaro (2011)

Leia os documentos da Biblioteca da Cepal.




No Brasil, a principal referência no assunto é a Controladoria-Geral da União (CGU).





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09 setembro 2014

Aos que, na democracia, brincam com o autoritarismo

Vale o alerta do Prof. Venício Lima, relembrando Maria do Carmo Campello de Souza (grande nome da Ciência Política brasileira):

“O teor exclusivamente denunciatório de grande parte das informações [dos meios de comunicação] acaba por estabelecer junto à sociedade (...) uma ligação direta e extremamente nefasta entre a desmoralização da atual conjuntura e a substância mesma dos regimes democráticos”. 


A citação está no excelente texto de Venício Lima a respeito desta foto:

Leia o artigo de Venício Lima na Carta Maior sobre a capa do Correio Braziliense que colocou deliberadamente o rosto da presidente da República na mira de uma metralhadora.




 
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07 setembro 2014

Hino popular brasileiro

Mais conhecido como Aquarela do Brasil.

Composto por Ary Barroso em 1939, cantado pela primeira vez por Francisco Alves, a música ganhou versões de Carmem Miranda, Elis Regina, João Gilberto e Gal Costa. No exterior, foi executado por Xavier Cougat, Frank Sinatra, Ray Conniff e no desenho animado da Disney, com o Zé Carioca.

Ouça "Aquarela do Brasil" (programa Curta Musical, da Rádio Senado).

A música é exemplo do chamado samba-exaltação, o que rendeu a Barroso acusações de fazer apologia não do Brasil, mas do presidente Getúlio Vargas, que governou o país ditatorialmente durante o regime apelidado de "Estado Novo". As críticas a Ary caíram por terra e foram enterradas pelo passado. Basta ver que a Aquarela de Ary Barroso tornou-se um verdadeiro hino popular do Brasil.

Versão original, com Francisco Alves (1939)



Letra:
Brasil
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Ah, abre a cortina do passado
Tira a Mãe Preta,do serrado
Bota o Rei Congo, no congado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Deixa, cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a Sa Dona, caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Brasil
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor

Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim
Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Ah, ouve essas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah, este Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil, brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, Brasil
Pra mim, pra mim

Fonte: Vagalume



Biografia de Ary Barroso (1903-1964)



Fonte: Livro 100 Brasileiros (2004)

 
O compositor mais representativo da era do rádio e o maior nome do samba-exaltação teve um começo difícil. Filho de um advogado e cantor de modinhas, Ary Barroso ficou órfão aos 7 anos e foi criado pelas tias-avós, que queriam fazê-lo pianista de concerto, obrigando o menino a praticar três horas por dia. Aos 12, em 1915, já trabalhava no cinema de Ubá (MG), acompanhando ao piano os filmes mudos exibidos. Aos 18, ganhou uma pequena herança e partiu da cidadezinha mineira para estudar Direito no Rio de Janeiro. Levou nove anos para se formar e nunca exerceu a profissão. Para se sustentar, tocava piano em cinemas e cabarés, na época em que o teatro musical estava em ascensão. Acabou seduzido pela boemia carioca.

Em 1930, Ary ganhou o primeiro prêmio de concurso carnavalesco com a marcha Dá Nela. Nos anos seguintes, compôs Vamos deixar de intimidade, Faceira, Rancho Fundo (com letra de Lamartine Babo) e Camisa Amarela. Depois veio a fase em que recorreu ao pitoresco e ao sentimento patriótico, em composições de grande sucesso no exterior, como Na Baixa do Sapateiro e No Tabuleiro da Baiana.
Biblioteca Nacional Ary Barroso (1903-1964), foi um dos maiores compositores de MPB e escreveu músicas que se tornaram eternas Ampliar

    Ary Barroso (1903-1964), foi um dos maiores compositores de MPB e escreveu músicas que se tornaram eternas

Composto em 1939, em pouco tempo o samba-exaltação, Aquarela do Brasil passou a figurar como hino nacional alternativo. Foi gravado centenas de vezes em todo o mundo, a primeira delas, na voz de Francisco Alves, com arranjo de Radamés Gnattali.

Em 1933, Ary conseguiu emprego na Rádio Philips e descobriu sua vocação para comandar programas de sucesso, o que faria mais tarde também na televisão, com Calouros em Desfile e Encontro com Ary. Intransigente com quem tivesse gosto ou opinião musical diferentes dos seus, seus programas revelaram nomes que fariam história na música brasileira, como Lúcio Alves, Luiz Gonzaga, Elza Soares e Elizeth Cardoso.

Ary era temido pelos calouros, de quem exigia que só cantassem músicas nacionais, a única exceção foi Dolores Duran, que cantou em inglês na Hora do Calouro. Ainda na década de 30, Ary Barroso começou a trabalhar como locutor esportivo, profissão até então enfadonha e burocrática, que nunca mais foi a mesma depois que Ary deu um tom emocional à transmissão dos jogos, sem disfarçar sua torcida pelo Flamengo, cujos gols comemorava, no ar, com uma gaitinha de boca.

Em 1944, visitou os Estados Unidos, musicando o filme Você já foi à Bahia?, de Walt Disney, o que lhe valeu o diploma da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood. Como compositor, retornou, nos últimos anos, aos temas familiares e cotidianos de sua primeira fase, em sambas como, Folha Morta, Ocultei e Risque. Em 1955, junto com Heitor Villa-Lobos, recebeu a Ordem Nacional do Mérito. Ao todo, Ary Barroso compôs 264 canções.


 
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01 setembro 2014

Objeto de mito, voto nulo não invalida eleição

Se mais da metade dos eleitores optarem por anular o voto nas eleições, o pleito será invalidado, como muita gente acredita? E uma nova disputa terá que ser organizada num prazo de 40 dias, com novos candidatos? A resposta, em ambos os casos, é não.



O boato circula na internet há anos e ganha força durante o período eleitoral. Em uma rápida pesquisa, é fácil encontrar páginas e comunidades nas redes sociais que hasteiam a bandeira do voto nulo, apresentando-o como uma forma de protestar contra “tudo que está aí”. Os defensores dessa prática política argumentam que esse tipo de voto evidenciaria a insatisfação popular com os rumos atuais da política e a falta de identificação com os candidatos.

Protesto ou não, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem buscado esclarecer o tema. O entendimento da Justiça Eleitoral para a legislação em vigor é de que o voto anulado por vontade própria ou erro dos eleitores, mesmo se em quantidade superior à metade do eleitorado, não invalida a eleição.

- Se a pessoa não vai à urna ou vai e vota nulo, ela não manifesta a sua vontade em relação a nenhum dos candidatos. Se poderia até dizer que ela está fazendo um voto de protesto, mas as regras constitucionais brasileiras dão peso "zero" para esse voto de protesto. Ele não é considerado para o resultado das eleições -explicou o ministro do TSE Henrique Neves em recente entrevista.

Confusão

A confusão ocorre por uma interpretação equivocada do artigo 224 do Código Eleitoral, que prevê a necessidade de marcação de nova eleição se a nulidade atingir mais de metade dos votos do país. O grande equívoco dessa teoria reside justamente no que se identifica como “nulidade”.

De acordo com o TSE, essa nulidade não representa os votos nulos ou brancos - mas, sim, a votação em decorrência de fraudes, falsidades, coação, interferência do poder econômico e desvio e abuso de poder, além de propaganda ilegal que beneficiem um candidato em uma disputa majoritária. Assim, para que um pleito seja considerado inválido, provocando nova eleição, é preciso que mais de 50% dos votos sejam declarados nulos pela própria Justiça Eleitoral.

Outra possibilidade de anular o pleito é o indeferimento do registro de candidatura – por estar inelegível ou não estar quite com a Justiça Eleitoral - ou cassação do mandato do candidato eleito com mais de 50% dos votos válidos.

Legislação

Segundo a legislação, apenas os votos válidos contam para a aferição do resultado de uma eleição. Voto válido é aquele dado a um determinado candidato ou a um partido (voto de legenda). Os votos nulos não são considerados válidos desde 1965, conforme o Código Eleitoral (Lei 4.737/1965). Já os votos em branco não são considerados válidos desde que entrou em vigor a  Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições). Esses votos, no final das contas, são registrados apenas para fins de estatísticas.

Efeito contrário

Como são descartados na apuração final, votos nulos e brancos podem, na verdade, ter o efeito contrário ao desejado pelos eleitores insatisfeitos com os atuais candidatos. Isso porque, na prática, implicam um número menor de votos válidos necessários para um candidato se eleger.

Em uma eleição majoritária hipotética com 100 eleitores, um candidato precisaria de pelo menos 51 votos válidos (50% + 1) para vencer a eleição em primeiro turno. Na mesma situação, se 20 desses eleitores votarem em branco ou anularem seu voto, apenas 80 votos serão considerados válidos e, dessa forma, estará eleito quem receber apenas 41.

Casos curiosos

Apesar de reverberar hoje na era da internet, a defesa do voto nulo como forma de protesto é antiga. O caso mais famoso foi o do rinoceronte Cacareco, que, transferido do Zoológico do Rio de Janeiro para a inauguração do Zoológico de São Paulo, obteve grande popularidade na capital paulista e, nas eleições de 1959, alcançou cerca de 100 mil votos para vereador - o partido mais votado não chegou a 95 mil votos.

Outro caso foi o do macaco Tião, que obteve de 400 mil votos nas eleições para prefeito do Rio de Janeiro em 1988, tendo sido o terceiro mais votado no pleito. Os votos para Cacareco e para seu sucessor foram considerados nulos pela Justiça Eleitoral.

Ambos os episódios ocorreram antes da adoção da urna eletrônica, quando os eleitores registravam seus votos em cédulas de papel, e podiam escrever o que desejassem nelas. Hoje a anulação se dá quando são digitados números que não correspondem a nenhum candidato ou partido.







Fonte: Agência Senado




 

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