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16 junho 2013

"O livro é um objeto mágico"

Tatiana Belinky, autora de livros infanto-juvenis.

Nascida na Rússia, ela chegou ao Brasil aos 10 anos com a família e escreveu mais de 270 livros.  Morreu aos 94 anos, em 16 de junho de 2013.

Tatiana Belinky, autora de livros infanto-juvenis, morre aos 94 anos 
Tatiana nasceu em Petrogrado, na Rússia, em 1919, e chegou ao Brasil aos 10 anos com a família, que fugia das guerras civis que assolavam o país.

Valéria Gonçalvez, Agência Estado.

Tatiana nasceu em Petrogrado, na Rússia, em 1919, e chegou ao Brasil aos 10 anos com a família, que fugia das guerras civis que assolavam o país. Aos 18, após concluir um curso preparatório pela faculdade Mackenzie, começou a trabalhar como secretária-correspondente bilíngue, nos idiomas português e inglês. Aos 20, ingressou no curso de Filosofia da Faculdade São Bento, mas o abandonou em seguida, quando se casou com o médico e educador Júlio Gouveia, em 1940.

Foi em 1948 que Tatiana começou a trabalhar em adaptações, traduções e criações de peças infantis para a prefeitura de São Paulo com o marido. Quatro anos depois, eles criaram o programa Os Três Ursos a pedido da TV Tupi, que conquistou tanto sucesso a ponto de definir a carreira de escritora de Tatiana. Logo, o casal foi convidado a ter um programa fixo na emissora. Foi lá que ela e Júlio fizeram a primeira adaptação do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, obra que a encantava - Tatiana sempre dizia se identificar com a boneca Emília.

O casal ficou na emissora até 1966 e, seis anos depois, Tatiana iniciou uma série de colaborações na imprensa, escrevendo sobre crianças especialmente para o Estado e o Jornal da Tarde. Foi em 1985 que ela se tornou escritora de livros infantis de fato, colaborando em uma série infanto-juvenil. Em 1987, publicou seu primeiro livro, Limeriques, pela editora FTD, baseando-se nos limericks (poemas curtos) irlandeses.

Segundo o crítico de teatro infantil Dib Carneiro Neto, a obra de Tatiana Belinky, para teatro, literatura e televisão, tem algo para amar, algo para detestar, algo para torcer, algo para desprezar. "Tem algo que encanta e algo que espanta, algo que incomoda e faz pensar - e algo que cativa e faz brincar. Ela nunca tem pressa de terminar uma história, e mantém o ritmo de uma narrativa sem se importar com a agilidade da internet das crianças de hoje", afirma. "Para ela, nunca se deve subestimar a inteligência da criança. Fazem perguntas que precisamos estar prontos para responder ou ser honestos para dizer ‘não sei’."
 
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