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14 setembro 2012

O Brasil está ou não se desindustrializando?

IPEA apresenta dados e referências para a análise de um fenômeno controverso.

Boletim Radar (21° edição, setembro 2012) sobre tecnologia, produção e comércio exterior reúne cinco trabalhos que trazem contribuições para o debate sobre um eventual processo de desindustrialização da economia brasileira. 


Tema é controverso

Não há um conceito único e consagrado de desindustrialização. Apesar disso, é indiscutível que aspectos como a sobrevalorização cambial têm sido apontados como fatores que trazem dificuldades para o setor manufatureiro no Brasil.

Gabriel Coelho Squeff apresenta os indicadores clássicos de desindustrialização e as principais causas teóricas para a ocorrência deste fenômeno. O autor reafirma a dificuldade de se obter um consenso a respeito do tema e a ambiguidade dos indicadores que permitiriam afirmar ou refutar a hipótese de desindustrialização da economia brasileira. 

O estudo de Gabriel Coelho Squeff e Mauro Oddo Nogueira examina a evolução da produtividade do trabalho ao longo da última década. Estes resultados são confrontados com dados de emprego visando delinear uma visão da dinâmica da estrutura produtiva a partir do ponto de vista do trabalho.

Luís Fernando Tironi argumenta que deficiências de capacidade competitiva face aos parceiros externos são um dos determinantes do processo de desindustrialização que estaria acometendo a economia brasileira. Isto o leva a resgatar elementos sobre aquilo que denomina “movimentos pela competitividade”, que envolvem ações voltadas para a qualidade e produtividade, o apoio aos arranjos produtivos locais e o incentivo à inovação.


Bruno César Araújo e Fabiano Mezadre Pompermayer analisa os possíveis impactos da desoneração da contribuição patronal sobre folha salarial em setores selecionados pelo Plano Brasil Maior. Os autores ressaltam que as medidas adotadas não necessariamente garantem a recomposição das margens nos setores beneficiados, uma vez que fatores como as condições de demanda e concorrência do setor ou o poder de negociação dos trabalhadores podem afetar a maneira por meio da qual a redução do imposto previdenciário
é apropriada. Contudo, ressaltam a capacidade que tem a medida de equalizar a incidência deste tributo entre os produtos nacionais e os importados.

Mansueto Almeida retoma o debate sobre a ocorrência ou não de desindustrialização no Brasil. O autor reúne dados sobre a redução da participação da indústria no PIB, sobre o aumento da participação das commodities na pauta de exportações e sobre o aumento das importações de manufaturados, mas argumenta que estes movimentos ocorreram em um momento no qual: a economia passou a crescer mais rapidamente, o país teve expressivo ganhos de termos de troca, o rendimento real dos trabalhadores aumentou de forma expressiva, a formalização aumentou e a taxa de desemprego chegou a mínimos históricos.

Leia a íntegra do Boletim Radar nº 21
 
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